No Blog do Noblat:
Às 12h02 da última quarta-feira meu celular deu o sinal de que recebera uma mensagem. Abri e li:
"Caro Noblat: minha filha sofreu um ataque de neonazistas na Suíça onde trabalha oficialmente. Teve o corpo retalhado a faca com a sigla de um partido de extrema direita. Grávida de gêmeos, abortou-os. Você me conhece do bairro de São José, no Recife. Nós nos reencontramos no aniversário de 80 anos de Armando Monteiro Filho. Trabalho com Roberto Magalhães. Assinado: Paulo Oliveira".
Lembrei de Paulo. Imediatamente tentei falar com ele. Consegui seu celular por meio do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE), que sabia do que acontecera.
Magalhães e o senador Marco Maciel (DEM-PE) haviam acionado o Ministério das Relações Exteriores, como me contaria depois Paulo.
Liguei e falei com Paulo em Zurique, onde ele chegara na véspera. Paulo me contou o que publiquei neste blog às 15h52 daquele mesmo dia.
Trocamos pelo menos meia dúzia de telefonemas antes que eu postasse a notícia. Pedi-lhe fotos de Paula grávida. Ele acionou Jussara, sua mulher,que estava no Recife, e as fotos vieram por e-mail - três. Em todas, Paula exibe a barriga crescidinha (acima).
Pedi fotos que comprovassem a agressão sofrida por Paula. Quem as remeteu por e-mail foi o economista suíço Marco Trepp, companheiro de Paula.
Os dois pretendiam se casar. Foi o que a própria Paula me disse por telefone. "Providenciei os papéis brasileiros que provam que eu sou solteira. Mas eles ainda terão de ser traduzidos oficialmente aqui para que possam ter validade".
Perguntei como ela se sentia. "Mal", respondeu. E não quis mais falar. Devolveu o celular ao pai.
Debruço-me sobre algumas questões abordadas por leitores do blog na seção de comentários.
1. Paula estava grávida ou mentiu?
As fotos que publiquei são de uma grávida. Tanto as que mostram Paula feliz quanto as que mostram sua barrica riscada por um estilete ou outro objeto cortante.
Dona Jussara me garantiu esta tarde [ontem] que Paula estava sendo acompanhada por um ginecologista suíço. Que tem o resultado do exame de ultrasom que atestou sua gravidez. E o do exame que descobriu o sexo dos gêmos. Espera entregá-los à imprensa em breve.
Na rápida conversa que tive com Paula, perguntei se ela seria submetida a uma curetagem. Ela respondeu que os médicos que a atenderam na manhã daquele dia lhe haviam dito que a placenta continuava colada à parede do útero. E que talvez acabasse sendo expelida naturalmente.
2. Por que Paula, depois de agressão que diz ter sofrido, correu para um banheiro da estação de trem ao invés de procurar ajuda de moradores da região?
A estação de trem é próxima do local da suposta agressão. O local é uma área semideserta. Os agressores, segundo relato do pai da Paula, a deixaram só de calcinha e sutiã. Nevava. Para onde correr?
Do banheiro, Paula telefonou para seu companheiro Marco, que chegou pouco depois acompanhado de uma ambulância e de dois detetives da polícia de Zurique.
Foi no banheiro, segundo o pai da Paula, que ela começou a perder sangue e temeu estar abortando.
Um dos detetives, Hug Andreass, pos em dúvida a história contada por Paula tão logo a ouviu. Insinuou que ela poderia ter se autoflagelado. E advertiu-a de que seria processada se estivesse mentindo.
Foi por causa do comportamento de Andreass que duas policiais, em nome da chefatura de polícia de Zurique, visitaram, ontem, Paula no hospital e lhe pediram desculpas.
3. Paula pode ter estado grávida, perdido as gêmeas antes da suposta agressão e se autoflagelado?
Em tese, sim. Mas ainda não foram apresentadas provas de que isso aconteceu.
Os médicos que a socorreram na noite de domingo podem comprovar se ela chegou ao hospital perdendo sangue.
É de se imaginar que a polícia examinou o banheiro da estação onde ele foi encontrada. É fácil para os médicos provarem que ela nunca esteve grávida.
Dizer que ela hoje não está grávida, ou que não estava ontem, ou anteontem, não significa que ela não estivesse grávida na noite do domingo.
Há casos de mulheres que abortam e que se autoflagelam depois. Mas por que Paula retalharia nas duas coxas e na barriga a sigla do partido de ultradireita que governa a Suiça?
Logo ela que estava pronta para casar com um suíço e continuar morando na Suíça?
Logo ela que tem o emprego estável de advogada em Zurique da empresa dinamarquesa A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte de contêineres?
Paula trabalhou para a Maersk em São Paulo. Convidada pela empresa, mudou-se para a Suíça.
Uma pessoa descontrolada emocionalmente, a ponto de retalhar o próprio corpo, seria capaz de desenhar com um estilete a sigla de um partido nas coxas e na barriga só para conferir credibilidade à história de que fora atacada por três neonazistas?
Às 12h02 da última quarta-feira meu celular deu o sinal de que recebera uma mensagem. Abri e li:
"Caro Noblat: minha filha sofreu um ataque de neonazistas na Suíça onde trabalha oficialmente. Teve o corpo retalhado a faca com a sigla de um partido de extrema direita. Grávida de gêmeos, abortou-os. Você me conhece do bairro de São José, no Recife. Nós nos reencontramos no aniversário de 80 anos de Armando Monteiro Filho. Trabalho com Roberto Magalhães. Assinado: Paulo Oliveira".
Lembrei de Paulo. Imediatamente tentei falar com ele. Consegui seu celular por meio do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE), que sabia do que acontecera.
Magalhães e o senador Marco Maciel (DEM-PE) haviam acionado o Ministério das Relações Exteriores, como me contaria depois Paulo.
Liguei e falei com Paulo em Zurique, onde ele chegara na véspera. Paulo me contou o que publiquei neste blog às 15h52 daquele mesmo dia.
Trocamos pelo menos meia dúzia de telefonemas antes que eu postasse a notícia. Pedi-lhe fotos de Paula grávida. Ele acionou Jussara, sua mulher,que estava no Recife, e as fotos vieram por e-mail - três. Em todas, Paula exibe a barriga crescidinha (acima).
Pedi fotos que comprovassem a agressão sofrida por Paula. Quem as remeteu por e-mail foi o economista suíço Marco Trepp, companheiro de Paula.
Os dois pretendiam se casar. Foi o que a própria Paula me disse por telefone. "Providenciei os papéis brasileiros que provam que eu sou solteira. Mas eles ainda terão de ser traduzidos oficialmente aqui para que possam ter validade".
Perguntei como ela se sentia. "Mal", respondeu. E não quis mais falar. Devolveu o celular ao pai.
Debruço-me sobre algumas questões abordadas por leitores do blog na seção de comentários.
1. Paula estava grávida ou mentiu?
As fotos que publiquei são de uma grávida. Tanto as que mostram Paula feliz quanto as que mostram sua barrica riscada por um estilete ou outro objeto cortante.
Dona Jussara me garantiu esta tarde [ontem] que Paula estava sendo acompanhada por um ginecologista suíço. Que tem o resultado do exame de ultrasom que atestou sua gravidez. E o do exame que descobriu o sexo dos gêmos. Espera entregá-los à imprensa em breve.
Na rápida conversa que tive com Paula, perguntei se ela seria submetida a uma curetagem. Ela respondeu que os médicos que a atenderam na manhã daquele dia lhe haviam dito que a placenta continuava colada à parede do útero. E que talvez acabasse sendo expelida naturalmente.
2. Por que Paula, depois de agressão que diz ter sofrido, correu para um banheiro da estação de trem ao invés de procurar ajuda de moradores da região?
A estação de trem é próxima do local da suposta agressão. O local é uma área semideserta. Os agressores, segundo relato do pai da Paula, a deixaram só de calcinha e sutiã. Nevava. Para onde correr?
Do banheiro, Paula telefonou para seu companheiro Marco, que chegou pouco depois acompanhado de uma ambulância e de dois detetives da polícia de Zurique.
Foi no banheiro, segundo o pai da Paula, que ela começou a perder sangue e temeu estar abortando.
Um dos detetives, Hug Andreass, pos em dúvida a história contada por Paula tão logo a ouviu. Insinuou que ela poderia ter se autoflagelado. E advertiu-a de que seria processada se estivesse mentindo.
Foi por causa do comportamento de Andreass que duas policiais, em nome da chefatura de polícia de Zurique, visitaram, ontem, Paula no hospital e lhe pediram desculpas.
3. Paula pode ter estado grávida, perdido as gêmeas antes da suposta agressão e se autoflagelado?
Em tese, sim. Mas ainda não foram apresentadas provas de que isso aconteceu.
Os médicos que a socorreram na noite de domingo podem comprovar se ela chegou ao hospital perdendo sangue.
É de se imaginar que a polícia examinou o banheiro da estação onde ele foi encontrada. É fácil para os médicos provarem que ela nunca esteve grávida.
Dizer que ela hoje não está grávida, ou que não estava ontem, ou anteontem, não significa que ela não estivesse grávida na noite do domingo.
Há casos de mulheres que abortam e que se autoflagelam depois. Mas por que Paula retalharia nas duas coxas e na barriga a sigla do partido de ultradireita que governa a Suiça?
Logo ela que estava pronta para casar com um suíço e continuar morando na Suíça?
Logo ela que tem o emprego estável de advogada em Zurique da empresa dinamarquesa A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte de contêineres?
Paula trabalhou para a Maersk em São Paulo. Convidada pela empresa, mudou-se para a Suíça.
Uma pessoa descontrolada emocionalmente, a ponto de retalhar o próprio corpo, seria capaz de desenhar com um estilete a sigla de um partido nas coxas e na barriga só para conferir credibilidade à história de que fora atacada por três neonazistas?
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