Do leitor Yúdice Andrade, sobre a postagem O “Juiz TQQ”, esse felizardo. Mas nem tanto.:
Em qualquer processo de avaliação, o qualitativo deveria prevalecer sobre o quantitativo. Contudo, este último é muito mais simples de aferir do que o primeiro. Aliás, o primeiro é tão complexo, que muitas vezes não sabemos como poderíamos realizá-lo.
Claro que Fausto de Sanctis e a esta postagem estão certíssimos ao afirmar que sentenciar um processo complexo vale muito mais do que dar despachinhos ou mesmo fazer simples audiências. Contudo, quando a corregedoria de justiça vai analisar os pedidos de promoção dos juízes, o que se vê lá é somente isto: número de audiências, de despachos, de sentenças, etc. E, claro, um juiz pode dar despachos e redespachos num mesmo feito, para anabolizar esses números. Assim como pode proferir centenas ridículas, sem fundamentação, que acabarão anuladas ou reformadas.
Precisamos estabelecer critérios qualitativos de avaliação do juiz. Que passem, inclusive, pela forma como se relaciona com seus jurisdicionados. Mas as resistências seriam imensas. Afinal, o trabalho seria terminável e os critérios, dada a sua subjetividade, só funcionariam se todo mundo estivesse disposto a reconhecer os seus próprios erros.
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Do Espaço Aberto:
Yúdice tem inteira razão.
Os juízes, hoje, sentem-se escravos das estatísticas.
Sentem-se escravos das estatísticas que os tribunais lhes exigem para aferir qual a produtividade de cada um.
E nesse sentido é que a qualidade é preterida para se conferir prevalência à quantidade.
As sentenças que o digam.
Há sentenças que, parece, foram feitas para ser reformadas no juízo superior.
Queremos – todos queremos – uma Justiça mais célere.
Mas sem sacrificar a qualidade.
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