domingo, 22 de fevereiro de 2009

O próximo bote da Pantera

No AMAZÔNIA:

No treino da tarde de quinta-feira, dia seguinte da classificação do São Raimundo à final do primeiro turno do Campeonato Paraense de 2009, o técnico Válter Lima organizou uma 'roda de bobo' entre os jogadores reservas da equipe, já que os titulares fizeram apenas trabalho leve de piscina. Mas se engana quem pensa que a roda fazia parte do momento recreativo do treinamento.
A atividade, em espaço bastante reduzido, consistia na troca de passes, com máximo de dois toques por jogador, entre três atletas - atacantes e meias da equipe - que teriam que evitar o desarme do jogador central - um volante - em velocidade alucinante. Segundo Válter Lima, esta atividade não só ajuda o marcador a aprimorar o bote para o momento do desarme, mas também permite aos homens de frente aguçarem os reflexos e surpreenderem os adversários. Uma analogia da forma como se deu o crescimento do São Raimundo no Campeonato Paraense de 2009.
Único time a disputar todas as rodadas do primeiro turno longe de casa e de sua torcida e sem poder contar com sua estrutura física para realizar os treinamentos, o São Raimundo contrariou as circunstâncias desfavoráveis e chegou à final do primeiro turno - que será disputada na próxima quinta-feira, contra o Paysandu - com a defesa menos vazada do Parazão: apenas oito gols sofridos em oito partidas. Ainda no meio da fase classificatória, o técnico Válter Lima falou sobre o cotidiano da equipe, que, segundo ele, era a única que não podia reclamar de nada no torneio, já que tinha tudo contra si. Mesmo com as limitações, o time cresceu e transformou as adversidades em gana de vencer.
'As limitações são um incentivo para que você se supere e cresça. Não se pode achar que o ruim é bom e que basta estar limitado para crescer, mas é preciso saber extrair o aprendizado das adversidades, não só no futebol, mas na vida e no cotidiano, seja em qualquer segmento. Talvez esta tenha sido a situação que envolveu o São Raimundo para sairmos fortalecidos', diz Valter.
Mas será apenas este o segredo do Pantera santareno? Para o diretor financeiro do clube, Sandcley Monte, não existe segredo. Ele afirma que, apesar de o time ter se classificado no apagar das luzes da primeira fase, o ano de 2009 começou bem para o Pantera, e com uma estrutura nunca antes vista em Santarém.
'Não tem segredo. Depois da primeira fase, tivemos apoio de um grupo para melhorar a nossa estrutura. Ainda não é a estrutura ideal, mas é a melhor que já tivemos, com novas instalações e acompanhamento da equipe em vários aspectos', explica Sandcley, acrescentando que as contratações feitas pelo clube também foram acertadas. Sandcley considera que isto tudo ainda foi potencializado pela forma como o time se classificou para esta fase, o que teria mexido com o brio dos atletas.

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