terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Morre o poeta Max Martins

No AMAZÔNIA:

O escritor paraense Max Martins morreu ontem, às 17h10, no Hospital Porto Dias, vítima de falência múltipla dos órgãos. O poeta estava internado há nove meses, por ter contraído uma pneumonia, e teve sua quadro médico agravado no período de internação. Martins morreu aos 82 anos de idade, e deixa uma obra literária das mais importantes para as letras paraenses. 'Ele foi um homem que consagrou a sua vida à poesia', externou o presidente da Academia Brasileira de Letras (APL), Edson Franco, reitor da Unama, tão logo soube da morte de Max. Literatos e admiradores do obra lamentaram a perda do escritor.
Em nota divulgada ontem à tarde, o Governo do Estado comunicou lamentar a morte do poeta Max Martins, 'um dos maiores nomes da nossa literatura, ao mesmo tempo em que se une aos seus familiares, amigos e admiradores, neste momento de dor'. Menciona a nota que Max, além da poesia, dedicou-se à arte e à filosofia. 'Publicou dezenas de obras importantes e foi diretor da Casa da Linguagem, entre 1990 e 1994. Sua morte representa uma perda irreparável, por tudo o que ele foi e significou para a nossa cultura'.
Familiares de Max Martins informaram ontem à noite que o velório do poeta é realizado no Museu do Estado do Pará, no entorno da praça D. Pedro I, de onde sairá o féretro às 15 horas de hoje, em direção ao cemitério Max Domini, em Marituba, onde serão sepultados os restos mortais do escritor.
A neta de Max, Laís Martins, funcionária da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, esteve sempre junto ao escritor durante a internação hospitalar, e foi a última pessoa a vê-lo na tarde de ontem. Laís conta que, após ter sido diagnostica a pneumonia, Max Martins teve seu estado de saúde progressivamente complicado, inclusive, com problemas respiratórios, parada cardíaca no mês de dezembro, provocando a paralisia dos rins. Pai de Maria da Graça e Maria de Nazaré e casado com Maria Laís, o poeta morava no conjunto Iapi, em São Brás. No imóvel encontra-se uma biblioteca organizada por ele, que reúne cerca de três mil livros. Max deixa três netos e três bisnetos. A primeira bisneta do escritor, filha de Laís, é aguardada para os próximos dias.
Autodidata, Max Martins nasceu em em 20 de junho 1926, em Belém. Trabalhou como chefe de escritório do Instituto Medicamenta Fontoura. Foi inspetor administrativo no Ministério da Saúde-Sucam. Nos anos 90, Max exerceu o cargo de diretor da Casa da Linguagem, da Fundação Curro Velho. Max foi patrono da 4ª Feira do Livro Pan-amazônico, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em 1999. De acordo com o site www.culturapara.art.br, onde se pode conferir informações sobre a vida e obra de Max Martins, as obras e prêmios que marcam a história deste autor.

2 comentários:

Anônimo disse...

A morte de Max Martins, para mim o mais extraordinário poeta da Amazônia, me deixou particularmente muito triste. Logo no café da manhã, quando soubemos de sua morte lá em casa, meu marido disse uma frase que me marcou e descreveu o que eu estava pensando sobre a triste notícia: "os gênios são insubstituíveis". Assim era Max Martins, insubstituível. Outros podem ser bons e até excelentes poetas, mas Max Martins era o gênio da poesia na Amazônia.
No meio da manhã, quando fui em seu velório. Chorei ao ver o poeta, ali, tão frágil e ao mesmo tempo, tão sublime em meio às homenagens de artistas, gente simples, estudantes, curiososos, enfim, do público. A viúva e a família ao lado, inconsoláveis, entre lágrimas e saudades.
E nós todos que nos embalamos nos seus versos, nas palavras que só ele soube escrever como ninguém nesta terra, vamos ficando junto de sua escrita, junto de seu legado, que jamais será esquecido.
Como dizia o poeta Max Martins "para que não se vá a vida ainda...."
Deus abençõe o poeta; Deus abençõe os poetas.

Aline Brelaz

Poster disse...

Aline,
Seu lamento, sua saudade são as de todos nós.
Que Deus guarde o Max.
Abs.