quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MEC faz “diagnóstico” da precariedade do ensino no Pará

No AMAZÔNIA:

A dimensão geográfica do Pará foi apontada pelo secretário adjunto do Ministério da Educação (MEC), Francisco das Chagas, como o principal motivo para a precariedade do ensino no Estado. Como se não bastassem as grandes distâncias entre os municípios, ele falou também das dificuldades de transporte no interior, o que prejudica ainda mais o acesso à escola nessas localidades. Conhecido como o local que tem as escolas com as notas mais baixas do país, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007, o Pará ainda possui um quadro de professores muito deficiente. A maioria dos docentes não tem nem o ensino superior.
O secretário adjunto do MEC está na capital paraense para participar do V Fórum de Secretários Municipais de Educação, organizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), com o apoio da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que teve início ontem de manhã e será concluído hoje, com o lançamento da campanha de superação do analfabetismo no Estado. O evento reuniu 143 secretários de educação dos municípios paraenses.
O piso salarial dos professores também esteve na pauta do Fórum. De acordo com Francisco das Chagas, é muito importante que ele seja discutido já que, entre 2009 e 2010, ele deverá ter um novo valor. Hoje, ele é de R$ 950 para profissionais com nível médio concluído. Como solução para os problemas do Estado, o secretário adjunto do MEC informou que só a experiência vai dizer o que deve ser feito. 'Não existe uma fórmula específica', ressaltou.
A secretária de Educação do Estado, Iracy Gallo, explica que a precariedade no ensino se deve a má gestão dos últimos doze anos. 'Eu peguei a rede estadual de ensino totalmente precária. Estamos fazendo um esforço muito grande para que a situação seja revertida', disse.
Também se referindo à gestão anterior, Iracy Gallo informou que o ensino modular passa pelo mesmo problema da educação básica. Além disso, ela disse ainda que o grande índice de analfabetismo do Pará faz com que o Ideb suba mais devagar do que o dos outros Estados. 'O sistema modular tem a mesma precariedade do ensino do Estado, que agonizou durante doze anos. Entretanto, nós estamos com o projeto para que ele seja implantado em mais 50 localidades', explicou.

Nenhum comentário: