quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Feriado sem auxílio médico

No AMAZÔNIA:

Quem buscou atendimento no Pronto-Socorro Municipal da Cidade Nova, em Ananindeua, durante o feriado prolongado de carnaval, deixou a Unidade de Urgência e Emergência indignado. Ontem de manhã, segundo testemunhas, havia apenas um médico de plantão no PSM. Número insuficiente para atender a demanda, que já era grande no meio da manhã. 'Não estão examinando ninguém. Tudo que o médico faz é ouvir o paciente e, no máximo, receitar um remédio para dor. Trouxe minha mãe, que está com sintomas de hemorragia, e ele receitou apenas um Buscopan', relatou, do lado de fora do hospital, a dona-de-casa Adriana Santos, enquanto a mãe dela, uma senhora de 60 anos, aguardava pela medicação.
A maioria dos pacientes do PSM, ontem pela manhã, também voltava para casa sem o atendimento adequado. Eram crianças de colo, com sintomas de viroses típicas dessa época do ano, tais como febre, vômito e dores pelo corpo. 'Minha filha está assim tem uns dois dias. Minha preocupação é porque ela nasceu com insuficiência respiratória e tenho medo que ela tenha alguma complicação. Queria que o médico receitasse pelo menos um aerossol, mas eles disseram que hoje (ontem) não tem pediatra e me mandaram procurar um posto de saúde amanhã', contou a estudante Julie Quaresma, enquanto aguardava no ponto de ônibus para levar a filha, Gabriele, de dois meses, de volta para casa.
O adolescente Gustavo Silva, 14 anos, fraturou o pulso esquerdo jogando futebol e foi socorrido pelos pais de um amigo. Ao chegar ao PSM, no entanto, o máximo que o grupo conseguiu foi um encaminhamento para o Pronto-Socorro do Guamá, em Belém. 'É um absurdo. O garoto está sentindo muitas dores e não foi sequer medicado, nem ao menos imobilizaram o local. Não sei como vamos conseguir levar ele até lá', declarou Wellington Conceição, que socorreu o adolescente.
Segundo informações de quem deixava o PSM, havia apenas um médico atendendo, ontem de manhã, quando mais de 700 fichas já haviam sido distribuídas. A empregada doméstica Antônia Araújo, que acompanhava uma amiga, pegou a ficha de número 698, mas segundo ela, o atendimento estava parado no número 90 havia pelo menos meia-hora . 'Do jeito que as coisas estão andando lá dentro talvez a gente nem consiga atendimento'. De acordo com ela, a maioria das pessoas na fila eram mães com crianças de colo.
Edcléia Assunção conseguiu se atendida, mesmo assim deixou o PSM indignada. Conforme relatou, ela foi em busca de atendimento por suspeitar que pudesse estar com dengue, já que há dois dias sente náuseas, febre e dor pelo corpo. O médico, no entanto, recomendou que Edcléia tomasse uma injeção de Bezetacil e voltasse para casa. 'É muito descaso com a saúde pública. Ele nem ao menos me examinou, não vou tomar essa injeção de jeito nenhum', reclamou. Ninguém da Secretaria de Saúde de Ananindeua (Sesau) foi encontrado para comentar o atendimento nos hospitais do município.

6 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Paulo,

Aproveitando seu poste sobre a falta de auxilio médico no PSM da 14, gostaria de falar sobre a saúde estadual da tal Terra de Direitos alardeada todos os dias em incansáveis, e obviamente caras, mídias de televisão.
Recentemente minha secretária (não gosto do título “empregada”), uma senhora de 60 anos, precisou usar o serviço público de saúde para realizar o exame preventivo. Foi encaminhada para uma das unidades de saúde do estado lá na Alcindo Cacela com José Malcher para realização do mesmo e voltou absolutamente arrasada. Ela contou que só permitiu que fizessem o exame nela porque teve vergonha (veja quanta inocência ou ignorância, como queira) de dizer que não queria.
Lá na unidade de saúde eles não tem nenhuma higiene, a mínima que seja, para fazer esse tipo de exame que é considerado de grande importância para todas as mulheres (mulheres como a governadora). Minha secretária disse que na oportunidade viu todo tipo de mulher esperando para se submeter ao mesmo exame, todas humildes, mas umas limpinhas e outras não. Acha até que uma das mulheres era menina de rua.
Pois bem, eles usam um pedaço de pano forrando o local onde as mulheres deitam para fazer o exame, no lugar dos papéis descartáveis indicados e pior, esse pano não é trocado entre o atendimento de uma paciente e outra. Os equipamentos usados também não são descartáveis, sabe-se lá se são esterilizados.
Paulo, não estamos tratando do assunto com preconceito, à questão aqui é que as doenças são contagiosas e os profissionais de saúde tem o dever de evitar, ou tentar evitar, o contágio. Muitas mulheres vão apenas cumprir uma rotina, outras vão procurar ajuda para cura das mais diversas doenças e não é admissível que se saia de casa para fazer um exame sério, de prevenção e correr o risco de contrair uma doença no posto de saúde.
Enfim, as mulheres (como a governadora) procuram pelo serviço para fazer um exame de prevenção de câncer no colo do útero (PCCU) e voltam pra casa como voltou minha secretária, cheia de coceiras e inflamações precisando ser medicada.
Sabe-se lá quantos milhões gastos com propaganda pra dizer pra gente que tudo mudou, pra isso?
Todos esses milhões gastos com publicidade estão sendo usados para enganar, ludibriar a população, isso sim é verdade.
Estou revoltado com o estado de saúde em que minha secretária, uma senhora de 60 anos ressalto, se encontra depois de ter visitado uma unidade de saúde do estado.
Isso é que é Terra de Direitos?
Lamentável seu conceito de direitos governadora!

PS: governadora minha secretária, usuária do serviço público de saúde, informa que no governo anterior era bem diferente. A sua mudança realmente ocorreu, pra pior... Bem pior!

Poster disse...

Que coisa, Anônimo!
Vou postar sua história na ribalta, hoje à tarde.
Abs.

Anônimo disse...

Olha o postado no Blog do Barata que é a mais pura verdade e ainda não tem prazo para o aprelho funcionar:
Pela pertinência dos comentários, reproduzo, nas postagens subseqüentes a esta, as denúncias sobre o sucateamento na saúde pública do Pará, de autoria de internautas anônimos, na esteira da revelação – feitas com exclusividade por este blog - sobre o imbróglio do acelerador linear. Avaliado em mais de US$ 1 milhão, o acelerador linear se constitui em uma tecnologia de ponta no tratamento do câncer, mas há mais de quatro anos permanece encaixotado, à espera da construção do anexo que deverá abrigá-lo, no Hospital Ofir Loyola, principal referência em tratamento oncológico na rede de saúde pública do Pará.
O acelerador foi doado ao governo do Pará pelo Ministério da Saúde, em 2002, no último ano do segundo mandado do ex-governador tucano Almir José Gabriel. Entregue em 2004, já no mandato de outro ex-governador tucano, Simão Robison Jatene, desde então o aparelho permanece encaixotado, à espera da construção do anexo que deverá abrigá-lo, em uma pasmaceira da qual não escapou o governo petista de Ana Júlia Carepa. Quando estiver em funcionamento, o acelerador linear permitirá desafogar a demanda eventualmente reprimida no Ofir Loyola. Com ele será possível atender de 70 a 80 pacientes por dia.

Anônimo disse...

No Blog do Barata apareceu um dia desse o desabafo de outro internauta que fez um eloqüente desabafo, diante do caos no qual submergiu a saúde pública no Pará. “Querem fazer transplante de fígado enquanto o povo morre de câncer”, assinala o autor da postagem, de acordo com o qual até ser atendido no Ofir Loyola o paciente perde um tempo precioso, diante da exigência de apresentar um diagnóstico histológico, que costuma demorar até ser realizado, diante da grande demanda. O internauta cita como exemplo o caso de um irmão, que necessitava de uma broncoscopia, exame que só seria feito no Hospital Barros Barreto, exigindo uma espera de três a quatro meses, em conseqüência da intensa procura. Essa espera torna-se ainda maior quando são necessários exames complementares. No caso de tomografia, a espera pode chegar a dois meses, acrescenta o internauta, em seu desabafo.
“Aí, com todos os exames feitos, é pedido a internação, que demora mais de 60 dias e, em alguns casos, até um ano”, relata ainda o internauta anônimo. Mas a via-crúcis não pára por aí, salienta o internauta. Internado o paciente, a cirurgia demora a ser realizada sob os mais diversos pretextos. Se o quadro requer quimioterapia ou radioterapia, acentua o internauta em seu relato, a espera pode chegar a até três meses. A triagem do hospital, segundo a versão do mesmo internauta, é definida como “pior que o corredor do Pronto Socorro da 14 de Março, ou seja uma verdadeira Faixa de Gaza, de tanta tragédia”. Isso tudo, na versão do internauta, ocorre desde a gestão do médico Nilo Almeida, ex-presidente do Ofir Loyola. O internauta, em seu desabafo, arrematada com uma indagação, dirigida especificamente à governadora Ana Júlia Carepa: “será que a senhora governadora, que assinou um papel com o Einstein, para transplante de fígado, sabe como é esse hospital, pelo menos já entrou lá alguma vez?” Mostra que não existe interesse político em resolver o problema da saude estamos cansados de dizer que o SUS é o melhor plano de saúde do mundo, que melhor plano do mundo é esse que o povo continua morrendo na porta do hospital? Vamos dexar de ser demagogico que devemos fazer saude preventiva e deixar o povo doente morrendo na porta do hospital. Que prevenção é esta para cancer que não há dados serios sobre sobrevida em um hospital que é referencia para tratamento do cancer onde até médicos que nunca entraram no hospital como o Dr. Simon sabe e diz a verdade sobre o hospital. Governadora estão lhe enganando como enganaram o Jatene, o Almir, porque não querem ver a realidade.

Anônimo disse...

O HPSM porta de entrada para o Inferno que é a saude do Estado do Pará, onde temos um hospital de Urgencia e emergencia de portas fechadas como o Metropolitano, Um hospital que trata do Coração porém só aceita paciente com infarto ou outros problemas do coração diagnósticado se tem atendimentos médicos em outros locais que nem Eletrocardiograma tem, Hospital de Cancer que só aceita paciente com diagnóstico histopatológico feito, mostra em que local Belém tem uma casa de saúde para diagnóstico histopatológico, Hospital Materno infantil ja viram como está e nem tem tempo para melhorar, o Hospital de doenças infecto contagiosas com dificuldade para sobreviver depois que se tornou hospital escola, Universidades médicas que estão tentando formar médicos generalistas para iniciar o treinamento e trabalhar em hospitais especializados enfim esse é o inferno que a saude do estado esta metida e ninguém faz nada para mudar, falta de vontade pilítica, coragem ou ...?

Anônimo disse...

Procurem as autoridades locais e alguém que possa fazer reportagens nacionais, porque só assim esse pessoal toma alguma providência.