quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ex-diretor denuncia fraudes em laudos

No AMAZÔNIA:

O secretário de Segurança Pública do Estado, Geraldo Araújo, terá muita dor de cabeça pela frente. Pelo menos no que depender do ex-diretor do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, Miguel Wanzeller, exonerado ontem. Antes de deixar o cargo, ele disparou uma metralhadora giratória e fez uma série de questionamentos que atingem diretamente o Sistema de Segurança Pública do Estado. Entre eles, perguntou por onde andam os procedimentos administrativos do caso da menina presa com homens numa cela na delegacia de Abaetetuba, em 2007, e também sugeriu a possibilidade de laudos emitidos pelo Centro estarem sendo adulterados para proteger o sistema. O diretor exonerado pediu proteção da Polícia Federal e prometeu soltar pelo menos dez denúncias, segundo ele, capazes de derrubar até a governadora do Estado.
Em entrevista ao jornal Amazônia, na manhã de ontem, na sede do CPC, na sala em que ocupava desde 2007, Wanzeller, visivelmente nervoso, afirmou que seu posicionamento destoava do restante dos membros do Conselho de Segurança Pública, no qual o CPC possui uma cadeira. 'Fui exonerado de madrugada, sem motivo algum. Não estou saindo por incompetência. Meu advogado está entrando com um mandado de segurança, para reaver esse que foi o maior desrespeito dentro do nosso ‘Pará, Terra de Direitos’ (referência ao slogan do governo). Sempre fomos uma voz diferenciada dentro do Consep, onde os discursos servem para amenizar e as grandes verdades ficam ocultas', disse.
Sem dar maiores detalhes, de acordo com ele para garantir sua integridade física, o ex-diretor deixou nas entrelinhas a possibilidade de os laudos emitidos pelo instituto serem alterados para proteger o sistema de segurança. 'Se for execução sumária, sai como execução sumária, se for tortura sai como tal. Daqui saem como tem que ser, mas será que chegam aos destinos assim? Não estão ocultando nada?', indagou.
Ainda sobre os laudos, garantiu que se permanecesse no cargo, como membro do Consep se prontificaria a observar melhor os encaminhamentos desses documentos fora do CPC. 'É preciso fiscalizar se estão dando o destino correto aos laudos, porque a perícia não pode servir para ocultar crimes, como ocorria na ditadura militar', disse.
Ele informou que pretende, se for preciso, ir até o Rio de Janeiro para falar com mais segurança sobre suas denúncias. 'Tenho aqui dez temas para levar a público, vou entregar relatórios para o Ministério Público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Poder Judiciário e outros', avisou.
Questionado sobre seu relacionamento com os funcionários do CPC, que chegaram a fazer denúncias de maus-tratos contra o ex-diretor, Wanzeller garantiu não ver relação entre isso e a sua saída. 'Quando preciso punir faço isso com quer que seja e essa postura não agrada a uns 15 ou 17 funcionários, mas se você sair perguntando sobre mim por aqui, vai ver que tenho o apoio da maioria dos funcionários', afirmou.

4 comentários:

Anônimo disse...

Aos fatos, direto do Front!
O ex-diretor Miguel Wanzeller, completamente desnorteado, desorientado, sabendo da sua dispensa (que deveria ser há mais tempo), ordenou aos guardas da Instituição ontem (10/02/2009), quando já não era diretor, que os mesmos fechassem a Instituição ao Público e que só adentrase ao orgão, Peritos que se identificassem! Um absurdo! depois se trancou na sala da Direção e afirmou que não entregaria o cargo! Mais um absurdo! O mesmo estava achando que o Instituto é patrimônio seu! Mais um absurdo! Estava de plantão ontem e estranhamente estávamos sem comunicação tanto telefônica como via internet! Mais um absurdo! Cheiro de sabotagem no ar! Este Ex-Diretor já vai tarde! Existem diversas denúncias no TCE contra sua gestão por atos ilícitos! Este Ex-Diretor há meses atrás completamente bêbado atopelou dois motoqueiros! Mais um absurdo!

Anônimo disse...

Será que não caberia uma perícia no
ex-diretor?

Anônimo disse...

Dou uma sugestão ao ex-diretor.

Se souber de algum laudo que foi feito para lesar processo na Justiça Federal, que vá ao Ministério Público Federal porque os procuradores vão ter o maior prazer em atendê-lo.

Poster disse...

É verdade.
E deve ir ao MPE também.
Abs.