Deputados que integram a CPI da Pedofilia, em funcionamento na Assembléia Legislativa, irão hoje, logo após a sessão plenária, a uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Geraldo José de Araújo. Na ocasião, deverão cobrar o envio dos boletins de ocorrências de crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes nos últimos cinco anos, solicitado desde a instalação da CPI.
Nos dias 6 e 7 de março, a Comissão deve seguir para os municípios de Breves e Portel, no Marajó, região alvo das denúncias do bispo Dom Luiz Azcona, que originaram a instalação da CPI.
A delegada Socorro Maciel, titular da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), e a coordenadora do Programa Pró-Paz, do governo do Estado, Eugênia Fonseca, foram insistentemente quetionadas ontem, na CPI, acerca das estatísticas de ocorrências de abusos sexuais contra a infância e a adolescência no Pará. Casos já amplamente denunciados, como o que afeta o deputado estadual Luiz Afonso Seffer (DEM), bem como o do irmão da governadora do Estado, João Carlos Carepa, também foram alvo dos questionamentos da Comissão, que ao final da audiência, ocorrida no Auditório João Batista, da Assembléia Legislativa do Estado, se reuniu a portas fechadas com as duas depoentes.
O novo presidente da CPI, deputado Adamor Aires (PR), conduziu os trabalhos, juntamente com o relator, deputado Arnaldo Jordy (PPS). Os parlamentares procuraram ouvir das depoentes dados a respeito do número de condenações registradas, bem como informações acerca da estrutura disponível para a apuração das denúncias e conseqüente condenação dos acusados.
A dificuldade em relação aos números referentes a ocorrências e condenações de casos de pedofilia no Pará ficou patente nos depoimentos da delegada da Data e da coordenadora do Pró-Paz. A falta de estrutura dos dois órgãos também é fator que dificulta a apuração e o acompanhamento dos casos. “Precisamos fortalecer a nossa rede de atuação para poder acompanhar tudo o que acontece no Estado”, disse Socorro Maciel. Segundo a delegada, a estrutura existente é mínima, com espaço físico limitado e equipe reduzida. Para ela, é necessário criar um banco de dados para convergir todas as informações e uma área de inteligência específica para desbaratar as redes de aliciamento e tráfico humano. “A inteligência da polícia do Estado prioriza outros tipos de ocorrências. Entre um assalto e um estupro, é claro que eles privilegiarão o assalto”, destacou.
Quanto ao caso Seffer, a delegada ressaltou que ele foi ouvido em foro privilegiado, devido à sua condição de parlamentar, mas ratificou que o inquérito contra o deputado está em vias de ser encerrado. João Carlos Carepa, por sua vez, está com prisão preventiva já decretada. A Comissão insistiu em saber se há denúncias formalizadas contra outros políticos, integrantes do judiciário, conselheiros ou figuras de destaque na vida pública paraense, mas a delegada preferiu manter-se reservada para evitar danos às investigações.
Fonte: Assessoria Parlamentar
Um comentário:
Esse papo de esperar Bo's da Segup para começar a agir é conversa para boi dormir do Adamor Aires. A CPI já tem um relatório completo da Comissão da Cãmara Federal denunciado pelo Bisco Ascona que dá a linha para as investigações. O que está em jogo é uma barreira protecionaista de alguns deputados que estão esperando o avanço das investigações da Polícia Civil para saber se jogam ou não o Seffre na cova dos leões.
Não adianta tentar enganar o nosso povo, porque a CPI já está na rua e a sociedade não perdõa pedófilos...
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