terça-feira, 8 de julho de 2008

Violência em alta fragiliza as instituições

Assassinatos como o do estudante do colégio Universo que morreu após ser baleado em 17 de junho passado, nas imediações da escola, demonstram a fragilidade das instituições. É o que diz um Anônimo, em comentário sobre a postagem Omissões letais:

Presto minhas condolências à família do jovem assassinado. Este tipo de situação nos mostra como são frágeis as instituições nos dias de hoje. As causas de tamanhas atrocidades, cometidas por criminosos não muito mais velhos do que o rapaz, são de conhecimento geral: falta de perspectivas de vida numa comunidade carente da presença do estado (municipal, estadual e federal, representados tanto pelo seus poderes executivos, legislativos, judiciários e MP) diariamente assediada pela mídia com sua sanha consumista. Sem desprezar as influências destes poderes, me arrisco a afirmar que a mídia tem sua parte (e que parte) de culpa, ao estimular um consumismo exacerbado e uma sexualidade precoce, que leva estes jovens, em muitos casos, a cometer crimes com o único objetivo de consumir símbolos, como roupas da moda, bebidas, drogas e freqüentar festas como as aparelhagens, similares mais baratas das badaladas boates dos setores abastados.
Temo também que as manifestações acima comecem a colocar lenha no discurso da violência estatal como instrumento de repressão à violência praticada pelos desassistidos de nossa sociedade. Acabei de assistir ao odiento apresentador Datena fazendo a apologia da matança de miseráveis como recurso de combate à criminalidade, e vejo que alguns comentários deste post tendem a este caminho. O caso comentado pelo "jornalista" dizia respeito a uma mãe que teve seu carro metralhado, resultando na morte de um dos seus filhos, de 3 anos. A sociedade, ao conclamar o recurso da violência contra os criminosos, abre portas para que esta violência atinja a todos.
Por fim, sobre a conduta da polícia, descaradamente assumida em defesa dos coronéis de nossa sociedade, tornada particular na mais nojenta reprodução do patrimonialismo herdado de Portugal, somente será mudada depois de algumas décadas de esforço contínuo do estado em combate a esta herança. Coisa que nenhum governo na História do Pará jamais fez. Se este não tem conseguido, pelo menos manifesta em seus escalões a disposição de fazê-lo. Mas não conseguirá, nem com a contratação de 10 mil novos policiais, transformar esta realidade.
Pergunto onde esteve o Ministério Público nestas décadas desde sua fundação, que permitiu a nossa sociedade chegar a este ponto. Esqueceu de cumprir sua função constitucional? Ops, desculpe-me, esqueci que um dos seus chefes fora Secretário de Segurança...

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