quarta-feira, 16 de julho de 2008

Relatório descreve situação de penúria da Santa Casa

No AMAZÔNIA:

O deputado federal Zenaldo Coutinho vai apresentar ainda hoje ao Ministério da Saúde e Presidência da República, em Brasília, cópia do relatório que será apreciado e votado pelo Conselho Nacional de Defesa do Direito da Pessoa Humana, vinculado ao Ministério da Justiça. O relatório final descreve a situação de penúria vivida pelo hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, em função de uma gestão precária e deficiente, que negligenciou a administração dos problemas internos, deixando faltar medicamentos básicos da rotina de uma maternidade de alta complexidade. Ao lado do delegado Daniel Lerner, da Polícia Federal, o parlamentar disse que entregará o documento com a compilação de tudo o que viu e recebeu, como documentos e relatos, sobre a situação da instituição.
O relatório confirma a pior crise já vivenciada pela Santa Casa. No hospital não havia termômetro para verificar a temperatura de bebês, corticóide para amadurecimento de pulmões dos recém-nascidos prematuros, remédio de controle da pressão arterial para as gestantes com crise hipertensiva, papel de expediente, luvas cirúrgicas, remédio para retorno cardíaco e muito mais.
Uma mesma máscara de oxigênio era compartilhada por mais de um bebê, o que provocava a transmissão de doenças em crianças hospitalizados na maternidade. 'Estamos convencidos pelos documentos e pelas atitudes do novo presidente da Santa Casa (Maurício Bezerra) e da secretária de Saúde (Laura Rossetti) que o que causou a morte dos bebês foi mesmo a má administração, que provocou a falta completa de equipamentos como respiradores e de medicamentos essenciais', disse o deputado.
Logo na introdução do relatório, Zenaldo Coutinho ressalta que ficou surpreso com a manifestação de supostos funcionários da Santa Casa na primeira visita que a comissão de parlamentares fez ao hospital. 'O que nos surpreendeu foi que os ditos funcionários estavam portando faixas reclamando da nossa presença, e não faixas lamentando a morte de centenas de bebês ali, naquela maternidade', questionou.

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