No AMAZÔNIA:
O governo do Estado ainda não divulgou, mas em breve vai iniciar uma obra que modificará toda a área da avenida Perimetral, elo de ligação entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a avenida João Paulo II. O projeto prevê a duplicação da via em uma extensão de aproximadamente seis quilômetros, implantação de ciclovias, duplicação da ponte sobre o igarapé do Tucunduba, abertura de um túnel sob o viaduto da Dr. Freitas com Almirante Barroso e construção de um conjunto residencial para onde serão remanejadas 209 famílias nessa primeira etapa do projeto.
O governo está negociando, por meio da Companhia de Habitação do Pará (Cohab), com proprietários de 102 imovéis localizados na faixa de duplicação da Perimetral, que inicialmente vai das margens do Tucunduba até o final do terminal de ônibus da UFPA. A segunda etapa do projeto deve chegar até a avenida João Paulo II. Boa parte dos proprietários que tiveram imóveis avaliados acima de R$ 30 mil já fecharam negócio com a Cohab e deixaram a área ou estão prontos para se mudar. Mas a Companhia está enfrentando problemas com donos de barracos avaliados em menos de R$ 10 mil que se recusam a aceitar um apartamento no residencial Liberdade, que a Cohab vai construir em uma área cedida pela UFPA, às margens do Tucunduba, próximo à Seccional Urbana do Guamá.
Ainda na primeira etapa do projeto de revitalização está prevista a construção de um terminal de passageiros, ao lado da UFPA, com capacidade para operar 17 linhas de ônibus. A idéia é transformar a Perimetral em um grande corredor de integração, ligando o projeto Portal da Amazônia, na avenida Bernardo Sayão, à avenida Dr. Freitas, no bairro do Marco, que juntamente com Guamá, Terra Firme e Canudos, será diretamente atingido pelas obras. A Cohab já começou a demolir as casas desapropriadas na Perimetral, mas a previsão para o início das obras ainda não foi divulgada pelo governo, que vinha mantendo o projeto em sigilo.
Moradores da área de duplicação da Perimetral estão preocupados com a desapropriação de suas casas. Proprietários de barracos, com baixo valor comercial, são os mais apreensivos. 'Ofereceram seis mil pela minha casa. Onde é que vou comprar outra casa nesse valor minha filha? Já andei por aí é tudo 20, 30 mil', contou Lindalva Amoras, 62 anos. Ao avaliar o imóvel que deverá ser desapropriado a Companhia de Habitação do Pará (Cohab) faz duas propostas ao proprietário: indenização, no valor estipulado pelos técnicos da Cohab, ou um apartamento no conjunto residencial.
A indenização, na maioria dos casos, só compensa para proprietários com imóveis avaliados acima de R$ 30 mil. É o caso do comerciante Manuel Almeida, 56 anos. 'Minha casa é grande, vale muito mais que o apartamento que eles ofereceram. Preferi a indenização', informou.
O residencial que a Cohab vai construir, nos moldes do que foi feito pela Prefeitura, na Vila da Barca, terá apartamentos de 48 metros quadrados com dois quartos, banheiro, sala, cozinha, área de serviço e lazer. A previsão é de que fique pronto em 18 meses e até lá o governo se compromete a pagar auxílio-moradia para que os futuros inquilinos possam pagar aluguel em outro lugar. Mas a maioria dos moradores vê com desconfiança a oferta do apartamento, o que dificulta as negociações.
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