terça-feira, 22 de julho de 2008

Carne pesa no bolso

Na FOLHA DE S.PAULO:

De janeiro a junho de 2008, a alimentação básica dos paraenses ficou 10,47% mais cara. O aumento foi impulsionado pelo preço da carne bovina que, nos últimos 12 meses, subiu 36,03%, quase seis vezes o acumulado da inflação no mesmo período, estimado em 6,50%. Os dados fazem parte de um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA) divulgado ontem, que também traz informações sobre o peso dos alimentos no orçamento do salário mínimo do trabalhador médio.
A pesquisa do Dieese/PA realizada em açougues e supermercados da Grande Belém aponta um aumento de 1,89% no preço da carne bovina entre maio e junho deste ano. Apesar da redução do preço de menos de 1% entre os meses de fevereiro e março, o preço da carne subiu, desde o início do ano, 3,46%.
De acordo com o Dieese, em vários supermercados de Belém, um quilo de filé foi vendido, na primeira quinzena de julho, por preços entre R$ 22,90 e R$ 23,70; a carne bovina de primeira foi vendida por preços que variaram entre R$ 12,30 e R$ 12,99; o quilo da carne de segunda com osso foi de R$ 5,60 a R$ 7,56. A carne de segunda sem osso foi comercializada por preços entre R$ 9,10 a R$ 9,75.
Na outra ponta da tabela, o quilo da carne do fígado foi vendido a R$ 5,99; do coração, a R$ 4,90; e das vísceras, com preços inferiores a R$ 2,00 por quilo, não apresentaram grandes reajustes.
No balcão do açougue, a opção da comerciante Valdinéia Avis de Lima pelas carnes de segunda e pelo frango reflete o que o consumidor é obrigado a fazer para tentar escapar do aumento. Valdinéia, que trabalha em casa fornecendo 'quentinhas', estima um prejuízo de R$ 20,00 a R$ 30,00 reais por dia em relação aos gastos com carne desde o início de 2008. 'Antes eu gastava de R$ 50,00 a R$ 60,00 todo dia, e agora estou gastando até R$ 80,00 comprando a mesma quantidade de carne. A gente não tem muito como escapar disso. Os clientes até aceitam peixe ou frango um dia ou outro, mas a preferência é sempre pela carne vermelha', afirma Valdinéia.

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