No Brasil, antes de mais nada, a educação passa por momentos de comoção. Já não podemos ignorar os problemas que levam o caos o atual sistema nacional de educação básica. O professor já percebeu a realidade cruel de como é difícil exercer o magistério neste país, e principalmente no Estado do Pará.
Tanto de professores, quanto de alunos, o que existe é uma grande frustração. São salários indignos, falta de condições para exercer o chamado sacerdócio, pois eles conduzem à alienação, à passividade e ao tédio. Não basta ter apenas esperança nos infortúnios, nas doenças e na tragédia. É preciso concretizar as esperanças por meio de ações políticas, democráticas e republicanas, de fazer valer as leis, os decretos e os estatutos que garantam os direitos humanos, civis e econômicos de toda a sociedade.
Ter esperança é trabalhar com afinco, no espaço comum da cidadania, contra as desavergonhadas elites que privatizam o que é público, é repelir os demagogos, puxa-sacos e aventureiros, os intelectuais indigentes a serviço dos influentes, é desocultar o que está escondido nos escaninhos dos poderosos ou limpar os lixos da prepotência oficial para debaixo dos tapetes refrigerados, é fazer a sociedade entender e compreender criticamente o que significa gastar dinheiro público com a assepsia de imagens irreais de ridículos governantes brasileiros.
A população brasileira, ao longo da História, não merece os tormentos que padece, fundamentalmente por ser vítima de maus governantes, da pobreza econômica devastadora de cérebros, de uma escola excludente e preconceituosa. De um sistema que oprime o trabalhador, que não lhe confere o direito de oportunidades para se aperfeiçoar humanamente, de ser explorado pelas diferentes elites políticas, intelectuais, culturais e religiosas.
Sair apressadamente dessa conjuntura ou considerá-la "conversa fiada" por analistas desocupados já é uma estratégia política de se manifestar por uma flagrante "agressão simbólica" contra o brasileiro conduzido pelas elites dirigentes do País, que tem o olhar do autoritarismo revestido de qualquer eufemismo para esconder seus propósitos colonialistas e imperialistas.
O estado de espírito encontra sua melhor expressão na linguagem do amor. No cotidiano, fica mantida a conduta dessa conjuntura de problemas adiados, sem sinalização para o futuro, mal administrados, tem inúmeros exemplos. Na educação, o péssimo ensino é uma forma de controle social e, agora, com o capitalismo educacional o ensino vira negócio de especialistas em que o "técnico" se sobrepõe à formação humanista e cultural do brasileiro.
A abordagem educativa no atendimento médico é tão antiga quanto à própria Medicina: prescrevendo orientações, proibições, espera-se que o paciente as siga e que o profissional tenha desenvolvido uma ação educativa. O objetivo educacional do ato médico não se restringe à transmissão de conceitos, mudanças de hábitos e costumes. É um processo de educação do próprio médico que deixa de ser o "dono da verdade" para também aprender com o paciente, buscando conjuntamente soluções adequadas.
A trajetória do médico como docente ou pesquisador traduz inquietações, dúvidas, hipóteses e possibilidades construídas no cotidiano do trabalho. O esforço de compreender tal objeto remete à apropriação de quadros referenciais que abordassem a universidade em suas dimensões macro e microestruturais, considerando que, sem perder de vista as determinações sociais, políticas e econômicas do fazer acadêmico na sociedade brasileira, era preciso situar também o cotidiano que se desdobra nas atividades de ensino, pesquisa e extensão no interior desta.
As singularidades dos cursos existentes na universidade, os diferentes trajetos de constituição dos saberes científicos e as diversas expectativas em relação ao profissional a ser formado no nível superior levam a concluir que aprender docência universitária exige um entendimento do processo de formação que extrapole a mera descrição do que tem sido a prática docente, forjando um olhar que busque desvelar o percurso do tornar-se professor.
Na sua formação intelectual e cultural reside, hoje, um dilema que se torna a cada a cada dia mais difícil de superar. A divisão entre o ensino público e privado fomentou uma situação mais problemática, porque deixou, inclusive, de ser uma disputa ideológica que remete aos "anos dourados" para ser uma competição de que quem é mais competente e capaz de formar um jovem para o mercado de trabalho. No mercado de trabalho capitalista, no estilo "vencer ou vencer", não precisa ter índole. É como em política: não tem delicadeza; ou você degola ou é degolado.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
Tanto de professores, quanto de alunos, o que existe é uma grande frustração. São salários indignos, falta de condições para exercer o chamado sacerdócio, pois eles conduzem à alienação, à passividade e ao tédio. Não basta ter apenas esperança nos infortúnios, nas doenças e na tragédia. É preciso concretizar as esperanças por meio de ações políticas, democráticas e republicanas, de fazer valer as leis, os decretos e os estatutos que garantam os direitos humanos, civis e econômicos de toda a sociedade.
Ter esperança é trabalhar com afinco, no espaço comum da cidadania, contra as desavergonhadas elites que privatizam o que é público, é repelir os demagogos, puxa-sacos e aventureiros, os intelectuais indigentes a serviço dos influentes, é desocultar o que está escondido nos escaninhos dos poderosos ou limpar os lixos da prepotência oficial para debaixo dos tapetes refrigerados, é fazer a sociedade entender e compreender criticamente o que significa gastar dinheiro público com a assepsia de imagens irreais de ridículos governantes brasileiros.
A população brasileira, ao longo da História, não merece os tormentos que padece, fundamentalmente por ser vítima de maus governantes, da pobreza econômica devastadora de cérebros, de uma escola excludente e preconceituosa. De um sistema que oprime o trabalhador, que não lhe confere o direito de oportunidades para se aperfeiçoar humanamente, de ser explorado pelas diferentes elites políticas, intelectuais, culturais e religiosas.
Sair apressadamente dessa conjuntura ou considerá-la "conversa fiada" por analistas desocupados já é uma estratégia política de se manifestar por uma flagrante "agressão simbólica" contra o brasileiro conduzido pelas elites dirigentes do País, que tem o olhar do autoritarismo revestido de qualquer eufemismo para esconder seus propósitos colonialistas e imperialistas.
O estado de espírito encontra sua melhor expressão na linguagem do amor. No cotidiano, fica mantida a conduta dessa conjuntura de problemas adiados, sem sinalização para o futuro, mal administrados, tem inúmeros exemplos. Na educação, o péssimo ensino é uma forma de controle social e, agora, com o capitalismo educacional o ensino vira negócio de especialistas em que o "técnico" se sobrepõe à formação humanista e cultural do brasileiro.
A abordagem educativa no atendimento médico é tão antiga quanto à própria Medicina: prescrevendo orientações, proibições, espera-se que o paciente as siga e que o profissional tenha desenvolvido uma ação educativa. O objetivo educacional do ato médico não se restringe à transmissão de conceitos, mudanças de hábitos e costumes. É um processo de educação do próprio médico que deixa de ser o "dono da verdade" para também aprender com o paciente, buscando conjuntamente soluções adequadas.
A trajetória do médico como docente ou pesquisador traduz inquietações, dúvidas, hipóteses e possibilidades construídas no cotidiano do trabalho. O esforço de compreender tal objeto remete à apropriação de quadros referenciais que abordassem a universidade em suas dimensões macro e microestruturais, considerando que, sem perder de vista as determinações sociais, políticas e econômicas do fazer acadêmico na sociedade brasileira, era preciso situar também o cotidiano que se desdobra nas atividades de ensino, pesquisa e extensão no interior desta.
As singularidades dos cursos existentes na universidade, os diferentes trajetos de constituição dos saberes científicos e as diversas expectativas em relação ao profissional a ser formado no nível superior levam a concluir que aprender docência universitária exige um entendimento do processo de formação que extrapole a mera descrição do que tem sido a prática docente, forjando um olhar que busque desvelar o percurso do tornar-se professor.
Na sua formação intelectual e cultural reside, hoje, um dilema que se torna a cada a cada dia mais difícil de superar. A divisão entre o ensino público e privado fomentou uma situação mais problemática, porque deixou, inclusive, de ser uma disputa ideológica que remete aos "anos dourados" para ser uma competição de que quem é mais competente e capaz de formar um jovem para o mercado de trabalho. No mercado de trabalho capitalista, no estilo "vencer ou vencer", não precisa ter índole. É como em política: não tem delicadeza; ou você degola ou é degolado.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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