No AMAZÔNIA:
Quarenta e cinco bebês morreram em junho na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, segundo o cartório do 2º Ofício de Registro, que atende diretamente com um posto avançado as famílias carentes que procuram o hospital. A soma desses 45 óbitos com as 3 mortes já confirmadas em julho pelo cartório alcança a marca de 48 em apenas 16 dias. O número total de mortes do período de janeiro até ontem chega a 230 bebês.
O número corresponde às certidões de óbito expedidas no mês passado pela unidade cartorária da instituição e significa que quase 20% dos bebês que deveriam nascer no hospital, acabaram morrendo ou durante ou depois do parto. O percentual máximo de mortes considerado aceitável pelo Ministério da Saúde é até 14%.
Mas o número de mortes pode ser ainda maior. Tudo porque nem todas as famílias recorrem ao serviço cartorário gratuito do posto avançado. Algumas preferem fazer o registro fora da unidade. Mas a maioria absoluta, cerca de 84%, faz a opção pelo serviço ali mesmo. Tanto que o Cartório do 2º Ofício registra, em média, o nascimento de 300 crianças todos os meses.
O número de bebês mortos na Santa Casa vem aumentando desde janeiro deste ano, segundo o relatório do cartório. Em janeiro, 25 óbitos, sendo que 12 de recém-nascidos e 13 de natimortos. Em fevereiro, o número saltou para 38 (10 recém-nascidos e 28 natimortos); em março, mais 35, o que correspondeu a 18 recém-nascidos e 17 natimortos; em abril, o número voltou a subir, com 40 no total. Já em maio, segundo o cartório, 43 bebês morreram, dos quais 19 recém-nascidos e 24 natimortos.
O fato é que, em janeiro comparado a junho, o número de mortes entre os bebês da Santa Casa praticamente dobrou. Saltou de 25 para 45, o que quer dizer um aumento real de 80% no período de seis meses. O sinal de que as coisas não estavam indo bem na maternidade começou a ser dado em fevereiro, quando o número de mortes cresceu, em relação a janeiro, nada menos do que 52%, saindo de 25 óbitos para 38. Em abril, o crescimento já foi de 60% em comparação a janeiro. E, em maio, novo incremento: 72% a mais de bebês mortos do que no início de 2008.
O governo do Estado não divulga os dados oficiais do hospital, mas relata em encarte publicado nos jornais, uma série de contradições. A principal delas é o número oficial de mortes, restrito a somente um período: de 20 a 22 de junho. Uma outra diz respeito a um dos bebês que morreu na Santa Casa em junho, com vísceras expostas, por exemplo, que teria feito uma longa viagem de ônibus até a capital. Mas, na verdade, o recém-nascido chegou a Belém de helicóptero, trazido pelo Resgate Aéreo do Corpo de Bombeiros, direto do Marajó, em uma operação que durou, entre a solicitação e o resgate, apenas quatro horas. O próprio coordenador do resgate, tenente-coronel Mauro Tadeu, declarou à época que o bebê vítima da doença congênita conhecida como gastrosquise era o que apresentava melhor estado de saúde.
Hoje, a doutora em Infectologia, Irna Carneiro, que ocupou a chefia da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição, estará na Fundação Santa Casa de Misericórdia para participar de sindicância aberta para apurar a morte dos bebês. A médica Irna Carneiro saiu do hospital há dois meses, pedindo afastamento, até hoje não explicado nem pela maternidade, nem por ela própria.
Mais aqui.
Quarenta e cinco bebês morreram em junho na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, segundo o cartório do 2º Ofício de Registro, que atende diretamente com um posto avançado as famílias carentes que procuram o hospital. A soma desses 45 óbitos com as 3 mortes já confirmadas em julho pelo cartório alcança a marca de 48 em apenas 16 dias. O número total de mortes do período de janeiro até ontem chega a 230 bebês.
O número corresponde às certidões de óbito expedidas no mês passado pela unidade cartorária da instituição e significa que quase 20% dos bebês que deveriam nascer no hospital, acabaram morrendo ou durante ou depois do parto. O percentual máximo de mortes considerado aceitável pelo Ministério da Saúde é até 14%.
Mas o número de mortes pode ser ainda maior. Tudo porque nem todas as famílias recorrem ao serviço cartorário gratuito do posto avançado. Algumas preferem fazer o registro fora da unidade. Mas a maioria absoluta, cerca de 84%, faz a opção pelo serviço ali mesmo. Tanto que o Cartório do 2º Ofício registra, em média, o nascimento de 300 crianças todos os meses.
O número de bebês mortos na Santa Casa vem aumentando desde janeiro deste ano, segundo o relatório do cartório. Em janeiro, 25 óbitos, sendo que 12 de recém-nascidos e 13 de natimortos. Em fevereiro, o número saltou para 38 (10 recém-nascidos e 28 natimortos); em março, mais 35, o que correspondeu a 18 recém-nascidos e 17 natimortos; em abril, o número voltou a subir, com 40 no total. Já em maio, segundo o cartório, 43 bebês morreram, dos quais 19 recém-nascidos e 24 natimortos.
O fato é que, em janeiro comparado a junho, o número de mortes entre os bebês da Santa Casa praticamente dobrou. Saltou de 25 para 45, o que quer dizer um aumento real de 80% no período de seis meses. O sinal de que as coisas não estavam indo bem na maternidade começou a ser dado em fevereiro, quando o número de mortes cresceu, em relação a janeiro, nada menos do que 52%, saindo de 25 óbitos para 38. Em abril, o crescimento já foi de 60% em comparação a janeiro. E, em maio, novo incremento: 72% a mais de bebês mortos do que no início de 2008.
O governo do Estado não divulga os dados oficiais do hospital, mas relata em encarte publicado nos jornais, uma série de contradições. A principal delas é o número oficial de mortes, restrito a somente um período: de 20 a 22 de junho. Uma outra diz respeito a um dos bebês que morreu na Santa Casa em junho, com vísceras expostas, por exemplo, que teria feito uma longa viagem de ônibus até a capital. Mas, na verdade, o recém-nascido chegou a Belém de helicóptero, trazido pelo Resgate Aéreo do Corpo de Bombeiros, direto do Marajó, em uma operação que durou, entre a solicitação e o resgate, apenas quatro horas. O próprio coordenador do resgate, tenente-coronel Mauro Tadeu, declarou à época que o bebê vítima da doença congênita conhecida como gastrosquise era o que apresentava melhor estado de saúde.
Hoje, a doutora em Infectologia, Irna Carneiro, que ocupou a chefia da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição, estará na Fundação Santa Casa de Misericórdia para participar de sindicância aberta para apurar a morte dos bebês. A médica Irna Carneiro saiu do hospital há dois meses, pedindo afastamento, até hoje não explicado nem pela maternidade, nem por ela própria.
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