A aliança entre o PSDB e o DEM, em apoio à candidatura da ex-vice-governadora Valéria Pires Franco, esteve por um fio, esteve sob risco de naufragar de vez na antevéspera da convenção de segunda-feira passada, quando, enfim, as convenções das duas legendas homologaram a coligação.
Numa reunião entre os tucanos, uma voz qualificada do partido – voz qualificadíssima, vale dizer – pôs na mesa um raciocínio que se resume nisto: o PSDB, ao apoiar Valéria, estaria gerando – e não seria uma geração espontânea – a criatura que poderia, mais tarde, devorar o criador.
Na análise da voz qualificada do PSDB, que os circunstantes tucanos ouviram atentamente, Valéria, se ganhar a eleição de outubro, poderá ser a candidata em potencial ao governo do Estado, em 2010; se perder, mesmo assim teria fôlego para ser a candidata do DEM ao Senado, ocupando espaços dos candidatos tucanos.
Os presentes à reunião, mesmo diante da análise da voz qualificadíssima, não arredaram pé. E a aliança se fez, com Valéria candidata a prefeita e Paulo Chaves (PSDB) como vice.
Mas aquilo pode ter sido um indício de que o PSDB – ou segmentos do partido – podem jogar macio, muito macio nesta campanha.
Jogar macio, em tucanês, significa fazer corpo mole.
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