No AMAZÔNIA:
Remo e Paysandu não fizeram ontem, no Mangueirão, um Clássico Rei da Amazônia e sim um clássico da superação. Em um jogo onde a raça e a garra dos jogadores fez a diferença, os azulinos levaram a melhor e fizeram a festa num gramado castigado pela chuva ao vencerem a partida por 2 a 1. A velha rivalidade deu a tônica do jogo, que teve vários momentos de pura emoção e algumas jogadas ríspidas - em uma delas o goleiro Anderson, do Paysandu, acabou se machucando em um choque com o remista Carlão e precisou deixar o gramado direto para um hospital da cidade.
Entre mortos e feridos, foi a equipe azulina que parece ter ressuscitado no Campeonato Paraense. O resultado não foi o suficiente para tirar o time do técnico estreante Arthur Oliveira da sexta colocação, mas com certeza serviu para dar novo ânimo aos jogadores remistas, que recuperararam a confiança de sua torcida. Já o Paysandu, que perdeu a invencibilidade e os 100% de aproveitamento no Parazão, passou a dividir a liderança com o Vila Rica, ambos com 12 pontos - o time da capital leva vantagem no saldo de gols.
Nem mesmo o mais otimista dos torcedores poderia imaginar um clássico tão bem disputado, principalmente, pela diferença entre as campanhas que as duas equipes vinham fazendo no Parazão. O vento frio e a chuva que caiam torrencialmente em Belém contrastavam com o clima quente dentro de campo. A partida foi truncada do início ao fim. O gramado pesado contribuiu muito para os escorregões e as jogadas mais duras. Nos primeiros 15 minutos, o que se viu foi um festival de passes errados e muitas faltas. As principais jogadas surgiam em bolas paradas e o jogo seguia sem grandes oportunidades de gol.
E, quando ninguém esperava, veio o lance que mudaria a história da partida: um contra-ataque rápido pela esquerda, iniciado por Lenílson, aos 30 minutos. O atacante lançou Ewerton, que encontrou Marcelo Maciel livre na intermediária. O ex-bicolor, que havia sido dispensado por Givanildo no início do ano, avançou em velocidade e, quando viu o Anderson sair do gol desesperado, bateu por cobertura para abrir o placar. Leão 1 a 0. O gol desnorteou a defesa bicolor, que não conseguia acertar a marcação sobre os atacantes azulinos.
Empurrado pela torcida, o Remo aproveitou o bom momento e não demorou muito para ampliar a vantagem. Na segunda falha da defesa bicolor, Lenílson aproveitou uma cobrança de lateral, dribou metade da zaga adversária e tocou no contrapé de Anderson. Leão 2 a 0.
A equipe azulina, que nitidamente ganhava a batalha no meio-de-campo, com excelentes atuações dos volantes Maurício Oliveira e Marlon, tinha mais domínio de bola e chegava com mais objetividade no gol alviceleste. Mas quando os remistas estavam melhor na partida o Papão quase chegou ao primeiro gol, quando o meia Rafael Oliveira escorou de cabeça uma cobrança de escanteio. Maurício Oliveira, quase em cima da linha, salvou a meta de Adriano.
O segundo tempo foi marcado por uma pressão desesperada do Paysandu e muitas faltas nas imediações da área azulina. O Remo não soube utilizar a vantagem no placar e cedeu muito espaço. A pressão bicolor foi ajudada pela mudança de posicionamento de Luís Mário, que passou a organizar as jogadas no meio-campo depois que Beá entrou no lugar de Rafael Oliveira. Mas foi em uma jogada de Beá que saiu o gol bicolor. O atacante cruzou para Zé Augusto, que emendou de voleio. A bola ainda desviou na trave antes de entrar.
Depois do gol, o Remo se fechou em seu campo de jogo e limitou-se aos contra-ataques. Givanildo Oliveira ainda tirou Rafael Vieira e colocou Aldivan tentando dar mais pegada ao time, mas já era tarde. Venceu não só quem errou menos, mas quem teve mais sorte e acertou o alvo, quase intransponível por causa de todo o aguaceiro e das atuações de Anderson e Adriano.
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