Na FOLHA DE S.PAULO:
Em mais um dia sem apontar o responsável pelo vazamento de informações sigilosas contra a oposição, o governo reconheceu ontem que a abertura da CPI dos Cartões foi um dos motivos para que a Casa Civil fizesse o que chama de "atualização" de um banco de dados de acesso restrito com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) disse que o manuseio dos dados fazia parte de uma ação preventiva da Casa Civil para atender a um futuro pedido das investigações em curso no Congresso.
Sem admitir confecção de dossiê, ele alega que o requerimento de criação da CPI dos Cartões estendia as investigações por um período de dez anos e, por isso, a Casa Civil preparava um "levantamento" dos gastos com cartões corporativos e contas tipo B desde 1998 para enviar à comissão.
Segundo a Folha apurou, em conversas reservadas com aliados, assessores de Lula já admitiram que o Planalto se aproveitou de uma recomendação antiga e genérica do TCU para montar um banco de dados com gastos do governo tucano.
À tarde, Múcio afirmou que o governo fizera o levantamento a pedido da "oposição" e da CPI, embora nenhum requerimento de informação tivesse sido aprovado até ontem: "Esse levantamento existe. Os números, os dados, as notas que a CPI pedir o governo está disposto a fornecer. Repetindo, sem que isso seja usado como instrumento de manobra política ou revanchismo".
Em conversa com a Folha um pouco mais tarde, Múcio se corrigiu: "A CPI não pediu. O governo está se preparando para atender a CPI. O levantamento está sendo feito porque o enunciado de criação da CPI pede os documentos de dez anos".
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