quinta-feira, 27 de maio de 2021

E-book sobre as eleições 2020 inclui estudo que aborda o "pinote" do direitista Eguchi e sua quase eleição para prefeito de Belém

Um e-book da Universidade Estadual da Paraíba, através da Editora da Universidade Estadual da Paraíba (Eduepb), está sendo lançado no Congresso da Associação de Pesquisadores em Comunicação e Política, que termina nesta sexta-feira (28) e neste ano vem se realizando apenas de forma virtual.

Trata-se do Eleições 2020: comunicação eleitoral na disputa para Prefeituras. Organizado pelo Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral (CEL), da Universidade Federal do Paraná, a publicação reúne estudos desenvolvidos por pesquisadoras e pesquisadores de todo Brasil, com enfoque nas campanhas eleitorais para as prefeituras e câmaras municipais de cidades brasileiras em 2020.

Dividido em 23 capítulos, o e-book tem três blocos temáticos: Gênero, Contexto e Digital. Os estudos refletem a diversidade das disputas em diferentes regiões do Brasil e retratam a construção das campanhas eleitorais em múltiplas plataformas e em diversificadas abordagens de candidaturas nas eleições de 2020.

O caso Eguchi - Entre os estudos incluídos no bloco Digital da publicação está o intitulado Ativismo social conservador no processo eleitoral, assinado pelo professor Mário Messagi Junior (UFPR) e pela paraense Rita Soares, jornalista e professora da Universidade da Amazônia (Unama), onde leciona a disciplina Ciências Sociais.

O trabalho analisa a performance do candidato Everaldo Eguchi (Patriota), que passou a campanha inteira praticamente como um azarão na corrida eleitoral pela Prefeitura de Belém, mas que deu um pinote - aliás, um senhor pinote - na reta final do primeiro turno, chegou ao segundo e por muito pouco não se elegeu prefeito da capital paraense. O então candidato emedebista José Priante chegou a classificar a performance do candidato do Patriota como "um fenômeno, algo imperceptível".

"Ninguém, de início, apostaria nele e, de fato, nem mesmo políticos conservadores apostaram. Contra todos os prognósticos, ele fez 23,06% dos votos no primeiro turno e 48,24% no segundo. Como isso aconteceu? O candidato contou com a conjunção perfeita da conjuntura política, mas foi também muito feliz para mobilizar ruas e redes, uma militância conservadora organizada, mas dispersa, que fez a campanha sobretudo pelo WhatsApp e quase venceu", observam os professores.

Vale a pena ler o e-book e, sobretudo, o artigo de Messagi Junior e Rita Soares, que nos ajudam no esforço de começarmos a compreender os novos contextos que se descortinam em disputas eleitorais, agora sob os impulsos (que podem ser decisivos, como estamos vendo) do mundo digital.

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