O anúncio da ANJ, publicado nos grandes
jornais do País, nesta quinta-feira (03), é perfeito.
Mas o título também poderia ser: Que mundo é esse, em que jornalistas são
caçados como ratos?
Porque é assim que tem sido. Sem tirar nem pôr.
Relatório anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF),
divulgado na semana passada, aponta que o crescimento da “midiafobia” é a maior
ameaça à atividade de jornalistas pelo mundo.
O clima de ódio, de acordo com a ONG, está cada
vez mais acentuado em vários países do mundo, como Estados Unidos, Venezuela,
Turquia e Egito, tornando mais arriscada e estigmatizada a profissão,
principalmente entre os que atuam de forma independente. Sim, se você Estados
Unidos nas linhas acima, você leu certo.
Nos Estados Unidos, a pátria das liberdades e da democracia, Donald Trump se refere a
jornalistas como “inimigos do povo” com frequência e ataca meios de
comunicação, tachando os que criticam seu governo de fake news. Graças a isso,
o país caiu duas posições e ocupa o 45º lugar de 180 países, atrás de Espanha e
Chile.
No Brasil, a situação também é dramática —
principalmente na cobertura de pautas ligadas à segurança pública e aos
direitos humanos nas regiões de periferias ou favelas de grandes cidades.
Apesar de ter subido um lugar, o país ainda ocupa a 106ª posição, estagnado há
anos.
— A brutal execução da vereadora Marielle Franco
pôs em alerta grande parte dos comunicadores que atuam nessas regiões no Rio de
Janeiro, que já haviam recebido ameaças, e passaram a se ver como potenciais
alvos pelas denúncias que vinham fazendo sobre abusos cometidos pelo Estado.
Na América Latina, a situação é ainda mais
grave: vários países reaparecem como os mais perigosos para se exercer o
jornalismo. Na Venezuela, registramos no ano passado um número recorde de
prisões arbitrárias e violência contra jornalistas por parte das forças de
segurança e dos serviços de Inteligência.
Cuba, onde o “regime castrista monopoliza quase
por completo a informação”, segue como o país com a pior classificação no
continente, no 172º lugar.
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