Inflação é isso, meus caros.
Corrói tudo.
Corrói até popularidade.
Como a da presidente Dilma, por exemplo, corroída em oito pontos percentuais - oito pontos, repita-se - em dois meses, de março pra cá, segundo pesquisa Datafolha.
Agora, o mais bacana é ouvirmos assessores falarem.
Para o consumo externo, falam sobre isso como uma coisa banal, qualquer, desimportante, digna de ser esquecida.
Ou digna de nota da rodapé, como aquelas que saem nos jornais, ao pé das páginas.
Parem com isso.
Se os assessores da presidente ainda não se convenceram das razões da queda de sua popularidade, são estúpidos.
Com todo o respeito, é o que eles são.
E por falar em estúpido, lembrem-se de Carville.
Carville é James Carville, estrategista eleitoral de Bill Clinton.
George H. Bush, o pai, disputava a reeleição sob os eflúvios heróicos do triunfo na primeira Guerra do Golfo.
Em março de 1991, alguns dias após a invasão do Iraque, 90% dos norte-americanos aprovavam a atuação de Bush nos empregos.
Mais tarde naquele ano, a opinião pública mudou drasticamente, e 64% passou a reprovar suas medidas em agosto de 1992.
O país submergia na recessão.
Carville escreveu num cartaz, que mandou pendurar na sede da campanha de Clinton: "É a economia, estúpido!".
Era nisso que a campanha de Clinton deveria focar.
Clinton venceu, insistindo na tecla da economia.
"É a economia, estúpidos".
É isso que corrói a popularidade de Dilma.
Imaginar o contrário é estupidez.
Uma estupidez, como diria Nelson Rodrigues, sesquipedal.
Ou não?
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