quinta-feira, 30 de junho de 2011

PT x Mário Couto, Mário Couto x PT: guerra declarada

Beto Faro (que já foi até preso), um dos acusadores de Mário Couto
Então, é assim.
Se alguém ainda achava que estava faltando pimenta ou um tempero nesse escândalo sem fim em que está engolfada a augusta Assembleia Legislativa do Pará, petistas e tucanos se encarregaram de trazer à panela - ou ao caldeirão, como queiram - os codimentos necessários.
Petistas, no caso, são os deputados federais Cláudio Puty, Beto Faro, Zé Geraldo e Miriquinho Batista, todos da bancada do Pará, devidamente apoiados pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Os tucanos, no caso, estão personalizados na figura do senador Mário Couto.
Eles, os petistas e os tucanos, estão em pé de guerra.
Gerra declarada.
Aberta.
A guerra, por enquanto, é verbal (e tomara que fique só por aí).
Mas a verborragia tem codimentos pra lá de picantes.
Na última terça-feira, Falcão e cumpanheros ancoraram na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília, e entregaram de bandeja, para apreciação de Sua Excelência o procurador-geral Roberto Gurgel, uma representação contra Mário Couto, acusando-o de ter nomeado - ao tempo em que era presidente da Assembleia, servidores que teriam se conluiado no que seria uma espécie de "quadrilha" para aliviar as burras, ou seja, os cofres públicos.
Hoje, os tucanos farão o mesmo. Vão à PGR oferecer, sem afeto e sem açúcar, uma representação contra
Puty, Beto Faro, Miriquinho e Zé Geraldo, acusados de envolvimento em atos de improbidade que vão de fraudes no seguro-defeso (caso de Miriquinho), passando por arrecadação ilegal de recursos de campanha (caso de Zé Geraldo), grilagem de gerra (caso de Beto Faro, que já foi até preso por isso) e corrupção eleitoral (caso de Cláudio Puty).
O que eles dizem uns dos outros - os tucanos dos petistas, os petistas dos tucanos - recende a muito pimenta.
Acompanhe, por exemplo, alguns trechos da representação do PT contra Mário Couto, que você poder ler na íntegra clicando aqui (as transcrições abaixo obedecem, ipisis literis, ao que está escrito na representação):

* Ainda no exercício da presidência da Alepa, o representado provavelmente teria cometido vários atos que redundam em sérias ilegalidades, improbidades administrativas e crimes. Irregularidades que permaneceram, com sua intervenção, mesmo após sua saída daquela Alepa, já no exercício do cargo de senador, vez que lá ficaram servidores exercendo importantes funções, intimamente ligados ao representado”, diz um trecho da representação.
* O representado utilizou-se do seu cargo para nomear vários servidores para exercerem cargos estratégicos, na área administrativa, de finanças e da procuradoria. Nomeou, como diretor financeiros, o senhor Sérgio Duboc, que foi mantido durante os mandatos seguintes, do então presidente Domingos Juvenil.
* Os nomeados do representado agiram como se fosse uma verdadeira quadrilha, cometendo os mais absurdos atos de improbidade e corrupção, que dilapidaram o patrimônio público e, por isso, enriqueceram ilicitamente.
* As denúncias que mais têm chamado atenção circunscrevem-se no fato de que as obras levadas a efeito na Alepa eram executadas por uma "fábrica de tapioca", tendo em vista que a empresa JC Rodrigues de Souza, de propriedade de José Carlos Rodrigues de Sousa, registrada como fabricante de farinha de tapioca e derivados.
* Como já mencionado, o esquema de corrupção, com suposto envolvimento do então presidente da Alepa, atual senador Mário Couto, permaneceu mesmo após sua saída daquela Casa e, portanto, já no exercício do mandato de senador, considerando que os servidores por ele indicados permaneceram em cargos estratégicos e agindo de forma fraudulenta.
* Os atos supostamente praticados pelo então presidente da Alepa, senador Mário Couto, enquanto ordenador de despesa e dirigente maior daquele órgão de poder, atentam contra a probidade administrativa que deve permear a conduta dos homens públicos, devendo ter apuração rigorosa do Supremo Tribunal Federal.

Mário Couto: "Malditos petistas que praticam corrupção a toda hora"
E aí?
E aí que o senador Mário Couto reagiu.
Ontem, ele foi à tribuna do augusto Senado.
Lá, disse coisas assim (também ipsis literis), que você pode ler na íntegra aqui, nas notas taquigráficas:

* Quem são eles? Miriquinho Batista. Olhe quem são eles. Vou começar pelo Zé Geraldo. Foi acusado de participar do esquema de arrecadação de recursos para as campanhas eleitorais do PT do Pará com madeireiros em troca de intervenções dos políticos e em troca de dinheiro público. Esse é o Zé Geraldo que representou contra mim. Cláudio Puty, alvo de representação no Ministério Público por conduta vedada a agente público, foi outro que representou contra mim. Beto Faro, preso, algemado no Pará; Beto Faro, preso, algemado no Pará!
Deputado Miriquinho, envolvido com o seguro defeso, responde a processo por fraude em 16 mil carteiras de pescadores irregulares.

* Há uma grande diferença, Deputados, entre vocês e mim. Aos meus 65 anos de idade, aos meus 24 anos consecutivos de Parlamento, eu nunca fui chamado à frente de um juiz, Deputados! Eu não conheço a cara de um juiz, Deputados, que tenha perguntado a mim: a que devo a minha responsabilidade? Vocês já foram várias vezes, várias caras de juízes já estiveram próximas a de vocês. A minha, nunca! Em toda a minha vida parlamentar, em toda a minha vida pessoal!
* O meu patrimônio é pequeno, Deputados, teve um de V. Exªs, o Deputado Miriquinho Batista, que quando foi primeiro secretário da Assembleia Legislativa do Estado do Pará – é o Palocci do Pará – aumentou em mais de 1.000% o seu patrimônio, Ministério Público! Mais de 1.000%, Ministério Público! Este está me acusando também, o Palocci do Pará. Há outra diferença, Deputados: eu nunca fui preso. Nunca fui preso, Deputados!
* Não tenho medo, Presidenta. Nasci na Ilha do Marajó; sou paraense nato. Aqui na minha veia corre o sangue daqueles que têm coragem de falar na frente, daqueles que não são covardes. A covardia não nasceu comigo. E quem me mandou para cá foi mais de 1,5 milhão de paraenses que confiaram em mim e vão continuar confiando, porque jamais vou decepcioná-los.
* Malditos petistas que estão acabando com este País! Malditos petistas que praticam corrupção a toda hora neste País! Malditos petistas que enganam o povo brasileiro! Malditos petistas que fazem, a cada dia, uma vítima dos aposentados brasileiros. Malditos! Não vão conseguir, não vão me tirar daqui. Estão muito enganados. Tanto o Presidente Nacional do PT... Vou fazer igual ao Zagalo agora, Presidenta: eles vão ter que me aturar! Eles vão ter que me aturar!

Terá mais?
Deve ter.
Convém aguardar.
Hehehehe.

7 comentários:

Anônimo disse...

Adoooooooro briga de políticos, o povo sempre sai ganhando e as firidas vêem à tona rsrsrs Só assim quebra-se o corporativismo. Veja só: pelo menos um petista (Airton Faleiro) e um tucano (Martinho Carmona), ambos deputados estaduais, foram à China, literalmente, fazer não sei o quê. O suposto passeio é por conta de quem? hahahaha de nós bobinhos.

Anônimo disse...

Se compararmos os anos que o senador está na política (e o Marajó uma tristeza), com os 4 anos que a Ana júlia foi governadora e o Puty o seu fiel escudeiro, o Puty está no lucro nessa brigalhada.

Anônimo disse...

Li no Liberal que o Jordy assinou o documento junto com os tucanos. Não entendi e nem gostei de saber que ele se meteu nisso. Pô Jordy, qualé?

Anônimo disse...

Não convém acusar só o Mario Couto tem também o Juvenil, pois ambos tomaram açai no mesmo prato e com muita tapioca.Na verdade meu caro é que neste episódio que envolvem cheques fraudulentos existe uma constatação,O Mario Couto manda e a Daura Hage.

Anônimo disse...

Nunca vi tanta cara-de-pau junta.
Como esses petistas acusados de corrupção se outorgam o direito de acusar quem quer que seja?
Mas, como o PT pode tudo...

Anônimo disse...

Sujo falando do mal lavado, mas que é muiiiito bom ver o Mário Couto todo enrolado é mesmo. Finalmente, com essa briga, vamos ficar sabendo dos podres de ...todos.

Anônimo disse...

Esse Mario Couto, émuito cara de pau. A tua hora chegou, aguarde.