quinta-feira, 26 de março de 2009

Kit escolar: Ana Júlia em Santarém. Provocação? Nem tanto.

O jornalista Miguel Oliveira faz uma gostosa provocação no blog de seu jornal, O Estado do Tapajós.
Lembra que Sua Excelência, a governadora Ana Júlia, estará amanhã, em Santarém, a Terra Querida do pessoal aqui da redação, para entregar kits escolares. O espetáculo, a performance da entrega será no Colégio Madre Imaculada, na Pérola do Tapajós.
Miguel especula que isso seja uma, digamos, provocação da governadora, ao programar a efeméride (ohhh!) em Santarém, justamente para mostrar que não está nem aí, que está dando de ombros – de ombros e com o restante do corpo -, que está desprezando completamente o blogueiro santareno que tem informado e abordado diariamente sobre coisas que envolvem essa embrulhada dos kits.
Que nada, caro Miguel.
Não é provocação, não.
Sua Excelência não é disso.
Sua Excelência é ela e ela mesma.
É ela e seus kits.
É ela e seus pareceres jurídicas - que só ela sabe quais são - que teriam amparado essa embrulhada toda.
A governadora não pode provocar nada e ninguém porque a nada e a ninguém ela considera nesta questão dos kits.
A provocação tem sempre um objeto, um alvo, precisa ter um provocado.
No caso de Sua Excelência, não.
Ela não provoca ninguém porque só vê à sua frente seus kits.
Sua Excelência não vê, além disso, mais nada e ninguém.
Não vê, por exemplo, nem o Ministério Público Federal – ao qual, veja só, Miguel, já se recusou a prestar informações. Se Sua Excelência esnoba o Ministério Público, imaginem só um blog, imaginem só um jornalista.
Não vê o bom senso.
Não vê a imposição ética que a forçaria a prestar ela mesma, publicamente, sem escalar porta-vozes, explicações plausíveis, elucidativas, claras e incontestáveis sobre esta que é a realização mais meritória de seu governo - sem dúvida alguma -, mas pode também ser a maior mancha de seu governo.
Não vê seu dever de explicar em que pareceres jurídicos baseou-se para cometer seus kits. Poderia explicar se foi apenas com base num parecer de sua Consultoria Geral ou se foram vários outros pareceres. Ou nenhum.
Enfim, Sua Excelência vai a Santarém, em verdade, para espairecer.
Quem não espairece numa terra dessas, apesar das chuvas e dos buracos?
Mesmo assim, Miguel, Santarém tem coleguinhas jornalistas de faro apurado.
Vão lá, no Madre Imaculada, aproximem-se da governadora.
Ela é gente boa. Não tem Cartão Yamada – ou tem, sei lá - mas é gente boa.
Encostem nela, com todo o respeito, e façam-lhe perguntinhas básicas. Muito básicas.
Façam essas perguntas e vocês, coleguinhas de Santarém, farão história.
Porque aqui por Belém, como se sabe, a governadora foge de entrevista coletiva sobre esse assunto com o mesmo ímpeto com que seus kits fugiram da licitação –ou a licitação fugiu de seus kits.
Encostem nela, encostem na governadora – com o máximo respeito – e façam história.
Depois disso, vão relaxar lá em Alter-do-Chão.
Mesmo como chuva.
E se vocês encostarem na governadora, perguntarem sobre os kits e ela responder “sem comentários”?
Pronto. Já valeu. Será mais uma confissão de culpa. Mais uma.
E se ela responder que isso é “intriga da oposição”?
Digam a ela:
- Governadora, conte outra, responda outra porque isso já disseram muito.
E se ela disser que tudo foi feito dentro da maor legalidade e transparência, então perguntem a Sua Excelência se ela acredita em Naná, Toni, Dona Preguiça e Preguinho.
Se ela disser que acredita, então está tudo explicado.
Tudinho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Por falar em cartão Yamada, o Repóreter Diário soltou uma nota dizendo que um grupo supermercadista estaria sendo alvo de desvio de receita por parte de um dos sócios. Será que um dos setores mais sólidos do mercado paraense está começando a ruir com a "marolinha"?
Cheque esta informação, meu caro PB!

Anônimo disse...

A "tia" Ana mereceria uma entrevista com a thurma do CQC.
Será que a eles ela responderia ao monte de perguntas incômodas e interrogações que o governo da "transparência pero no mucho" teima em produzir?

E que ela teima em se calar.

Anônimo disse...

Agora a Sead já pode fechar as portas; vejam:
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia - SEDECT, realizará no dia 25/03/2009 no Auditório da Escola de Governo do Estado do Pará - EGPA o 1º Encontro das Comissões Permanentes de Licitação do Governo do Estado do Pará.
A total incompetência da Sead está levando que outros órgãos assumam as suas obrigações. Agora é só transferir a perícia para a Sespa, a folha de pagamento para a Sepof e o Patrimônio para PGE .
Estão tornando a gestão do Estado numa verdadeira bagunça, será que ainda tem alguém no comando?