segunda-feira, 11 de maio de 2015
Petistas vemelhos de vergonha
Em alguns setores do PT do Pará, há um sentimento de constrangimento, de vergonha e, em alguns casos, de revolta diante do incontornável dever de chancelar o projeto do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de ajustar as contas públicas.
Acham os petistas envergonhas que é vergonhoso o partido, originalmente vinculado aos trabalhadores, ser obrigada a respaldar medidas como as restringem o acesso a direitos trabalhistas.
Esquecem os companheiros, no entanto, que essa situação de agora não ganhou os contornos de crise do dia para a noite. E nem do dia para a noite.
Não.
Ao contrário, esboça-se há pelo menos dois anos, quando a consolidação do projeto para reeleger a presidente Dilma ficou mais nítido.
A partir de então, o governo privilegiou o apelo social, muito mais frutuoso eleitoralmente, em vez de fazer isso sem descurar de manter as contas públicas em ordem.
Os petistas pagam agora o preço de não terem se envergonhado mais atrás.
Se tal ocorresse, talvez tivessem tomado a iniciativa de pressionar o governo a não ser tão irresponsável como foi, retardando adoção de procedimentos para equilibrar as contas públicas.
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3 comentários:
Na verdade, poster, a maior vergonha não é essa. A maior de todas é ver a presidente MENTIR ao dizer em campanha que não mexeria nos direitos dos trabalhadores. E o candidato da oposição ser achincalhado por dizer a verdade, que tomaria medidas amargas. Vergonha é votar e apoiar a mentira.
Só a falta de memória pode concluir que o que propunha Aécio Neves não seria mais danoso que o superávit de 1,5% de Joaquim Levy. Para lembrar : no final do governo FHC a taxa de juros era de 26%, o dobro do que é hoje.A votação do PSDB em peso a favor do projeto de ampliação da precarização do trabalho, mostra bem o que nos esperava no governo tucano.
Dito isto, o fato é que a social-democracia brasileira vive uma tragédia. Sua versão "elite intelectual" o PSDB, apesar do bom legado da estabilidade da moeda, já mostrou que é incapaz de enfrentar a desigualdade social e gerir minimamente serviços básicos : basta lembar o racionamento de energia do governo FHC e o desastre da água do Governo Geraldo Alckimim em SP, ou mesmo olhar para esse nosso combalido estado, após 17 anos de governo Tucano. A versão socialdemocrata " movimentos sociais" o PT, apesar da correta orientação no combate a desigualdade social, se embrenhou nos velhos esquemas do patrimonialismo que, se sempre existiram, deveriam ter sido combatidos - havia um exemplo a dar pelo primeiro partido de esquerda a dirigir o país. Não fez uma reforma tributária que acabe com a regressividade, uma política consistente de diminuição dos juros, uma política industrial coordenada , etc. O pior é que a social democracia brasileira fracassa no Brasil sem legar ao país um estado de bem estar social e um modelo de desenvolvimento econômico que não seja a mesma festa financista de sempre.
Talvez fosse infinitamente mais danoso, mas não mentiu. Ela mentiu.
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