domingo, 1 de fevereiro de 2009

Prefeitura permite farra dos empréstimos em consignação

Quem deixou de ouvir o programa Jogo Aberto de ontem, apresentado pelo jornalista Carlos Mendes na Tabajara FM 106.1, perdeu a oportunidade de ouvir denúncias pavorosas feitas por sindicalistas do Sindsaúde contra o governo Duciomar Costa, sobretudo no que se refere à atuação de financeiras que fazem empréstimos na modalidade de consignação em folha de pagamento.
Para quem não sabe, essa modalidade de empréstimo autoriza o órgão público ao qual pertence o servidor descontar mensalmente, no seu salário, as parcelas relativas ao empréstimo que foi levantado.
Alguém poderá objetar que sindicalistas, em regra, traem-se pela própria língua e enrolam-se nelas.
Pode ser. Às vezes, é mesmo isso que acontece.
Mas as denúncias feitas no programa apresentado por Mendes mostraram consistência, tal a quantidade de detalhes que foram mostrados.
Robson, um diretor do Sindsaúde, relatou um caso escabroso que aconteceu com ele próprio, que teve seu salário subtraído por nada menos de 12 meses – ou seja, um ano inteirinho. Isso tudo por conta de um empréstimo que ele, vejam só, não autorizou. No primeiro mês que detectou o desconto não-autorizado, o próprio Robson procurou regularizar a situação, mas não conseguiu.
Por causa disso, há gente com dívida até o cabelo. E há gente, segundo os sindicalistas, que estão a ponto de atentar contra a própria vida, tal o ritmo de bola de neve com que as dívidas crescem e, além disso, por causa da dificuldade em pagar as financeiras.
Em resumo, conforme ilustraram os sindicalistas: há salário faltando e descontos sobrando, no que resulta que, para muitos funcionários, o salário do mês é praticamente todo consumido para o pagamento dessas financeiras.
E a Secretaria de Administração do município, o que faz para coibir essa situação escabrosa?
Quantas são as financeiras que atuam em convênio com o município?
Quantos servidores estão nessa situação?
Por que a Prefeitura de Belém permite que essas financeiras atuem sem nenhum controle, a ponto de autorizarem descontos no contracheque de servidores que não autorizaram o tal desconto?
O Ministério Público poderia muito se inteirar desse assunto.

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