O tempo é de folia, mas não há pandeiros e nem tamborins soando pelos lados da Aspas (Associação Paraense de Supermercados).
Muito pelo contrário.
O Grupo Líder, uma das maiores redes de supermercados de Belém e do Estado, selou há poucos dias o seu desligamento da entidade.
Até ontem, pelo menos, o desligamento era fato consumado. Pode até ser que hoje o Grupo Líder volte ao seio antes benfazejo da entidade, mas nada indica que isso venha a acontecer.
O clima é mesmo de racha.
Além de desligar-se da Aspas, o Líder resolveu bater em retirada do Sindicato dos Supermercados do Pará.
O motivo é um e apenas um: o funcionamento dos supermercados de Belém durante as 24 horas do dia.
O Líder rebelou-se contra uma proposição votada e aprovada pelos membros da Aspas, para que todos os supermercados de Belém que até aqui funcionam em regime de 24 horas reduzissem a jornada para no máximo até as 23h.
A justificativa para a aprovação da medida: redução de custos, nestes tempos de desaquecimento geral em todos os segmentos da economia.
Proposta feita, proposta aprovada, o Líder resolveu atravessar o samba, recolher as baterias e cantar em outra freguesia; ou em outra avenida.
A Aspas, ao manifestar-se favoravelmente pelo fim do regime de 24 horas em alguns supermercados, resolveu entrar na onda e encampar as pretensões do Grupo Yamada, que a partir de 13 de fevereiro passado, conforme o Espaço Aberto informou em primeira mão, reduziu o horário de funcionamento de seu Yamada Plaza, em São Braz, sob a justificativa implausível de que o espaço precisará passará por de manutenção.
Manutenção? Que manutenção?
Essa manutenção, ninguém sabe o que é e nem quando vai terminar. Mas nem é preciso o Grupo Yamada dar maiores explicações a respeito, porque todos sabem e sabem todos que essa história de redução de horário para manutenção é uma história que tem tanta veracidade quanto uma história segundo a qual a torcida do Remo, reunida no Mangueirão, teria festejado uma vitória do Paysandu em dia de Re-Pa; e vice-versa. Ou seria uma história tão crível quanto dizerem que no Japão foi descoberta uma região com as mesmíssimas características da Amazônia Tropical.
É mais ou menos isso.
Mais ou menos.
Em verdade, conforme o blog informou, o Grupo Yamada reduziu o horário de funcionamento de seu Yamada Plaza como uma das estratégias para fazer frente à crise econômica que começa a chegar ao segmento dos supermercados e, particularmente, para fazer frente a problemas com o Cartão Yamada, a grande base de ativos do Grupo Yamada.
O Grupo Líder desafinou do samba puxado pela Aspas porque, no momento, não vê razões para puxar o freio do crescimento, muito embora a crise recomende. E tanto é assim que vai continuar com suas lojas 24 horas em pleno funcionamento, pelo menos até segunda ordem.
A mesma segunda ordem mencionada por um vigia, quando lhe foi perguntado até quando o Grupo Yamada, que era 24 horas, passará a funcionar somente até 23h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário