quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Foco nos salários

No AMAZÔNIA:

A redução em até 50% nos salários de alguns funcionários proposta pela Vale, embora tenha se confirmado nas unidades da empresa em Minas Gerais e no Mato Grosso, ainda não chegou ao Pará. Contudo, a medida ainda está no foco das discussões entre a classe patronal e empregados - e não foi totalmente descartada. O consenso entre as duas partes é evitar demissões.
Segundo Neiba Nunes, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Pará (Simetal) no pólo Marabá, a proposta inicial da Vale no Pará é manter o funcionamento normal da empresa, sem perdas ou reduções. Contudo, a reação do mercado à crise pode mudar os planos da mineradora. 'Tudo depende do mercado. Se sentirmos uma retração, já traçamos um 'plano b', acordado entre a empregadora e seus empregados. Hoje a Vale opera com 200 funcionários, pois 60 foram demitidos nos últimos três meses. Dos trabalhadores que permanecem, 80% pode ingressar no plano de licença remunerada', afirma.
O plano de licença remunerada acordado entre empresa e o sindicato dos metalúrgicos daria ao trabalhador que tem rendimento igual ou inferior a R$ 880 o direito de voltar pra casa e receber seus salários, sem ônus, por 90 dias. O empregado cujo salário é superior a R$ 880 também retornará para casa por igual período, porém recebendo 50% do salário. O funcionamento da empresa ficaria nas mãos de 20% do seu efetivo.
O Sindicato dos Químicos de Barcarena-PA (Sindiquímicos) também entram em negociação com as empresas mineradoras do município. Segundo Salim Salame, presidente do Sindiquímicos, a redução da jornada de trabalho, assim como dos salários, não está na mesa de negociação. 'Conquistamos um largo espaço junto às empresas mineradoras de Barcarena, o que nos permite negociar com tranquilidade. Como resultado das negociações, nenhuma demissão foi efetivada por conta da crise financeira', conta.
Para Nilson Azevedo, presidente do Conselho de Relações de Trabalho da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), a proposta de redução feita pela Vale às unidades de Minas Gerais e Mato Grosso, foi positiva. 'Acho positiva toda proposta que visa manter o emprego', afirma. Na opinião de Nilson esta deve ser a última instância, após se esgotarem as possibilidades.
A Vale, através de sua assessoria de comunicação, informa que apenas as unidades de Minas Gerais e Mato Grosso tiveram reduções de jornada de trabalho e de salário. A Vale informa ainda que, desde novembro, foram demitidas 1.300 pessoas, em vários países onde a empresa opera. No Pará, não houve a necessidade de reduções, embora a hipótese não esteja totalmente descartada.

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