segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Exclusões não justificam a existência de rádios piratas

De um Anônimo, sobre a postagem Governo quer punição menor para donos de rádios piratas:

Mais, muito mais criminosas que as rádios piratas são as rádios e TVs concedidas a parlamentares, o que aqui no Pará é praxe. E seus criminosos detentores ainda são incensados como exemplos de virtude.
Muito mais criminosos que as rádios piratas são os grandes grupos que detêm concessões e não respeitam a função social das mesmas. Mais criminoso que as rádios piratas é a tendência das elites em criminalizar toda as tentativas de comunicação dos excluídos.
Antes de criminalizar as rádios ditas piratas, seria necessário passar o pente fino no despropósito das ditas "legalizadas", que são distribuídas em ações entre amigos, que vivem à base da chantagem e extorsão, como acontece com os grandes grupos de comunicação.


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Do Espaço Aberto:

Engana-se você, Anônimo.
Você está redondamente enganado.
Redonda e quadradamente enganado.
"Tentativas de comunicação dos excluídos", como você diz, não afastam, sob hipótese alguma, a obediência às leis.
Nem excluídos, nem incluídos estão acima da lei.
Nem pobres, nem os das zelites estão acima da lei.
As rádios comunitárias representam uma saudável experiência.
É uma experiência que deve ser estimulada.
Mas o governo e as próprias comunidades interessadas têm meios – bastantes, aliás, - para disciplinar isso sem afrontar, inclusive, outros setores, como é o caso da aviação.
No mais, você tem razão: se há concessões ditas “legais” que estão à margem da lei, então que sejam enquadradas urgentemente e que os responsáveis pela ilegalidade paguem pelas consequências de seus atos.
E mais: extorsão é crime, Anônimo.
Se a extorsão das zelites, seja a extorsão praticada por excluídos, é crime.
Se você mesmo tem conhecimento de alguma, e ainda mais se praticada por veículos de comunicação, denuncie, Anônimo. Faça isso.
Do contrário, seja conivente.
Não o seja.
Em hipótese alguma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu caro blogueiro, leia um pouco mais sobre a questão das "rádios livres", sem aceitar o lado "legal" que voce tanto defende, esquecendo que, no caso das comunicações, as leis são feitas pelos próprios concessionários e que por isso criam imagens negativas no que diz respeito às rádios comunitárias. Essa história da interferência na aviação, voce já tentou pesquisar um pouco a fundo? Pois deveria, já que conhecemos antenas potentíssimas perto de aeroportos que, curiosamente não interferem na aviação e nunca foram alvo de blitzes da polícia federal. Procure ver a composição da Anatel, agência criada para proteger os grandes grupos.
Quanto à extorsão dos grandes grupos, tente deixar a ingenuidade de lado e perceber o jogo de denunciar coisas dos governantes e, depois de uma boa publicidade, passar a elogiar o mesmo governo, quando não o mesmo fato antes denunciado. A Vale do Rio Doce pode ser um caminho, se houver interesse em pesquisar a questão a fundo. Mais: quando se democratizar a cessão dos canais de rádio e tv, voce verá que o problema das rádios "piratas" ficará restrito a quase nada. Mas parece que isso não interessa, não é? Melhor criminalizar os pequenos e deixar as comunicações nas mãos das oligarquias, que entendem do negócio...