sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

“Eu, renunciar? Que tribunal me condenou”

Edmar Moreira, o deputado (DEM) faraó das Minas Gerais, enfrentou um batalhão de jornalistas ontem.
Quando lhe perguntaram se ele iria renunciar ao cargo de corregedor da Câmara, em decorrência de denúncias que o apontam como tendo sonegado contribuições previdenciárias e declarado a menor, por R$ 17,5 mil, um bem que vale mais de R$ 20 milhões, Moreira rebateu com uma inquirição ao batalhão de repórteres.
- Renunciar? Por quê? Sou condenado? Por que tribunal?
Coleguinhas deveriam, na hora, responder-lhe:
- Pelo tribunal da sua consciência.
O problema é que o tribunal da consciência do próprio deputado é igualzinho àquele tribunal que ele integra como corregedor da Câmara.
Ambos os tribunais, o da consciência do corregedor e o da comissão de ética que ele integra, é aquele tipo de tribunal, é aquele tipo de colegiado julgador em que nove entre cada dez sentenças são absolutórias, ou seja, absolvem os réus.
Não importa se o réu tem castelos de R$ 20 milhões – mas que são declarados ao Fisco por R$ 17,5 mil -, não importa se deu o calote na Previdência, não importa se protegeu mensaleiros, nada disso importa.
Importa é que os tribunais – tanto o da consciência como aquele que funciona no âmbito das comissões de ética do Congresso – são sempre complacentes.
E ponha complacência nisso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Paulo,
Nesse caso, concordo coma Eliane Castanhede. O Edmar devia ser cassado senão pela sonegação, por abuso do mau gosto. Aquele castelo é falta de decoro estético!

Anônimo disse...

eu o condeno ao ostracismo, assinado sua excelencia o cidadão