No AMAZÔNIA:
Em uma ação audaciosa, dois homens armados renderam, na tarde de ontem, um policial civil de plantão na Delegacia do Aurá, em Ananindeua, e libertaram sete dos nove presos de Justiça recolhidos à carceragem daquela unidade. Eles também roubaram a carteira, documentos e celular da vítima, o investigador Paulo Vidal. O resgate ocorreu por volta das 15 horas, quando Vidal estava sozinho no prédio da delegacia. No início da noite, policiais militares recapturaram dois foragidos.
As primeiras informações indicam que os dois desconhecidos chegaram a pé à DP do Aurá, renderam o investigador e exigiram a chave das celas. 'Um colocou a pistola na minha nuca e disse: ‘Não olha pra mim e me dá a chave’. Eu entreguei e eles libertaram os presos, que passaram todos aqui pelo corredor, na minha frente, como se fossem sair pela porta da frente', explicou Vidal, que tem 30 anos de carreira na Polícia Civil. 'Eles não levaram armas minhas porque a gente não fica armado por aqui, justamente para o caso de acontecer uma situação dessas', revelou. Paulo Vidal não conseguiu identificar os homens que o renderam.
Apenas os descreveu fisicamente. Um deles é moreno e magro e o outro, branco e magro. Eles teriam ainda arrombado um armário em busca de armamento. Segundo Vidal e com a delegada de ronda, Sílvia Sarmento, que foi chamada para o local, fugiram os seguintes presos: Marinaldo Souza Ferreira, Hércules de Melo Lopes, Edson Ferreira Santos, Erlon Max da Rocha Ferreira, Nilson Souza do Rosario, Joel Gomes Rocha e Nisael Ferreira de Sousa. Ainda dentro de uma das celas, Gleidison Gil Gomes Teles e João Vítor Livramento de Sousa afirmaram que tiveram a chance de fugir, mas que preferiram permanecer no xadrez e sair 'pela porta de frente'. Como se diz na gíria, eles não se quiseram se 'bronquear'. Isto é, ter mais um processo para responder na Justiça.
Fotos - Os policiais militares que foram acionados para atender a ocorrência estavam à procura de fotos dos fugitivos, para auxiliá-los na recaptura. Mas, por não ser um dia de expediente normal, em virtude do carnaval, eles estavam com dificuldades para conseguir essas imagens. O próprio Vidal informou que seria difícil conseguir essas fotos na Delegacia do Aurá, uma vez que os foragidos haviam sido autuados na Seccional de Ananindeua e apenas foram encaminhados para o xadrez da unidade, ficando sob a vigilância da equipe da Delegacia do Aurá.
Até a saída da equipe de reportagem do local o investigador esperava pela chegada do chefe de operações para fazer o Boletim de Ocorrência na Seccional de Ananindeua. Aqueles que fossem recapturados, disse o policial civil, seriam encaminhados à Seccional do Paar.
Fragilidade - A ação dos bandidos mostrou o quanto é frágil a segurança nessas unidades da Polícia Civil, sobretudo aquelas localizadas em áreas afastadas da capital, onde, muitas vezes, o próprio policial civil fica à mercê dos assaltantes, como ocorreu ontem com o investigador Vidal.
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