Na coluna “Outro Canal”, de Daniel Castro, na Folha de S.Paulo:
Uma crônica do autor Manoel Carlos, publicada na "Veja Rio" da semana passada, revoltou atores da Globo.
No texto, "De Astros e Estrelas", Maneco, como é chamado, reclamava das "bobagens escritas e ditas por nossos atores e atrizes". "São declarações pífias, equivocadas, algumas pretensamente inteligentes, mas burras em seus propósitos. Sinto uma certa vergonha, não por me achar melhor ou mais inteligente do que eles, mas por lamentar que não fiquem calados quando não têm nada a dizer", escreveu o autor de "Páginas da Vida". Após reproduzir frases de astros como Marlon Brando e Charles Chaplin, Maneco sugeriu um programa de inverno aos atores: "Aproveitem o inverno, enfiem-se na cama com um bom livro e... aprendam a pensar e a dizer alguma coisa além daquilo que decoram como personagens de ficção".
No ar em "Ciranda de Pedra", Caio Blat liderou uma "reação" contra Manoel Carlos. Nesta semana, a revista publicou uma carta de Blat e outra que ele escreveu em nome do elenco de "Ciranda" _o que gerou insatisfações, porque nem todo o elenco concordou com ela.
Blat escreveu que se sentiu ofendido e classificou a crônica de grosseira. "Em seu desprezo generalizado pelos atores, ele [Manoel Carlos] esquece que suas histórias jamais teriam repercussão alguma sem o brilho de centenas de intérpretes que deram vida a seus personagens", disse Blat, que nunca fez novela de Manoel Carlos. "O cronista [Manoel Carlos], sim, perdeu bela oportunidade de ficar calado", finalizou o ator.
A carta assinada pelo "elenco" de "Ciranda" acusa Manoel Carlos de generalizar e censurar a classe. Na "Veja Rio", a atriz Lília Cabral saiu em defesa do autor: "[A crônica] É um guia do bom comportamento para todo ator e toda atriz".
À Folha Manoel Carlos lamentou ter generalizado. "Sentiram-se magoados com uma coisa que não era para atingir ninguém. Generalizei, está certo, poderia ter acrescentado ‘uma boa parte dos atores e atrizes’ ou então ‘a maioria deles’ etc. Mas não pensei que fosse ofender quem não se julgasse incluído nessa massa imensa de faladores de bobagens. Me enganei", disse.
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