quinta-feira, 10 de julho de 2008

Defesa de banqueiro volta a ameaçar governo

Na FOLHA DE S.PAULO:

O advogado do banqueiro Daniel Dantas, Nélio Machado, voltou a afirmar ontem que pode apresentar provas contra membros do governo para defender seu cliente das acusações feitas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha.
Machado disse que não tem os documentos em mãos, "mas sabe da existência deles". Segundo ele, os papéis foram apresentados à Justiça de Nova York em uma disputa entre o grupo Opportunity e o Citigroup. As empresas teriam feito um acordo de confidencialidade, de modo que nenhuma delas poderia divulgar os dados.
"Como advogado, vou mensurar em que medida nós buscaremos trazer à tona esses dados que podem contribuir para a elucidação da verdade plena e não da meia-verdade."
Segundo ele, as informações estão relacionadas com a conduta da Telecom Italia no Brasil. Machado diz que não foi cumprida uma determinação do Tribunal Regional Federal de São Paulo de encaminhar ao Brasil provas de investigações na Itália sobre o caso Kroll -no qual investigou-se suposta espionagem da empresa Kroll contra a Telecom Italia, a mando de Daniel Dantas.
Machado também afirmou estranhar que Dantas e o megainvestidor Naji Nahas estejam envolvidos numa mesma investigação da PF. "Nahas defendia interesses opostos em favor da Telecom Italia num procedimento que tinha relação direta num litígio com a Brasil Telecom, que estava na gestão do Opportunity."
O advogado de Nahas, Sérgio Rosenthal, disse ontem que seu cliente negará todas as acusações. "Existe uma série de suposições que são negadas pela lógica. Por exemplo, como é que alguém pode ter uma informação privilegiada a respeito do Fed [Federal Reserve, o BC dos EUA]? Seria o único cidadão do mundo que teria uma informação nesse sentido, que o mundo inteiro acompanha."
Responsável pela defesa do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, a advogada Ruth Stefanelli Wagner Vallejo voltou a negar ontem que seu cliente recebia dinheiro de Nahas proveniente de contas em paraísos fiscais. Ela aproveitou para criticar o trabalho da PF. "Quiseram montar um quebra-cabeça que não está se encaixando."

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