Na FOLHA DE S.PAULO:
Depois de 129 dias de conflito com o setor agropecuário, a presidente argentina, Cristina Kirchner, assinou ontem um decreto anulando o aumento de impostos sobre as exportações de grãos instituído em março, que gerou uma crise que ainda se arrasta com o campo.
O anúncio, que, na teoria, acaba com a guerra, foi feito um dia depois de o Senado, com o voto de Minerva do vice-presidente Julio Cobos, ter derrubado o projeto de lei que tratava do tema -no que foi considerada a maior derrota política de Cristina e de seu marido e antecessor Néstor Kirchner.
A criação em 11 de março dos chamados impostos móveis, que variam conforme o preço dos produtos no mercado internacional, gerou quatro locautes ruralistas, bloqueios de estradas, desabastecimento e aumento da inflação.
Diante da posição intransigente do governo, a classe média, a oposição e parte da base governista se uniram ao campo. Com a anulação, os impostos voltam a ser os de 10 de março.
Ao anunciar a decisão em nome da presidente, o chefe-de-gabinete, Alberto Fernández, mostrou a insatisfação do governo. "A resolução foi pretexto para um violento locaute que iniciou uma escalada de bloqueios de estradas, desabastecimento, ações verbais e físicas", disse Fernández. "Ficará sem efeito para que seja tratada em outro âmbito, sem pressões nem agressões."
A anulação da chamada "resolução 125", a principal exigência dos ruralistas, foi comemorada com moderação por líderes agropecuários e pela oposição, que buscam discutir outras questões com o governo.
Sem comentar diretamente a derrota no Senado, a presidente recebeu ontem na residência oficial os parlamentares que votaram com o governo para parabenizá-los.
Mais aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário