quarta-feira, 16 de março de 2022

Pré-candidata tucana começa a abraçar criancinha e comer pão "dormido", mas não esquece da Louis Vuitton: "Agora é Lena!"

Tem chamado atenção de meio-mundo - e quem sabe também do Ministério Público Eleitoral, né? - a desenvoltura quase frenética com que uma pré-candidata a deputada federal pelo PSDB vem se portando em suas redes sociais, nas quais conta com o amoroso apoio do marido tucano, que neste ano deve encerrar sua trajetória parlamentar na Câmara dos Deputados.

Trata-se de Lena Ribeiro Pinto, que se identifica como pedagoga e funcionária pública concursada. Sem nunca ter exercido um mandato parlamentar, ela ancora-se num legado - senao régio, mas quase isso: o marido, deputado federal, anunciou ainda no ano passado que a mulher é sua natural, digamos assim, sucessora para ocupar-lhe a cadeira na Câmara.

"Agora é Lena", postou Nilson Pinto em seu perfil no Instagram, exibindo-se ao lado da consorte (vejam acima). Pois é: "Agora é Lena". Dá-lhe, Lena!

Beijinhos e criancinhas - E a pedagoga tem trabalhado com afinco. Já começou a percorrer, como diríamos, o Pará profundo, aquele dos rincões mais esquecidos, excluídos e desprezados. Nesse tour pré-eleitoral, Lena já demonstra que está seguindo, caprichosa e empenhadamente, as etiquetas das melhores cartilhas eleitorais: distribui abraços e beijinhos e não se furta, muito pelo contrário, a afagar crianças, como se vê em uma das postagens feitas em seu Instagram (olhem as fotos), quando recentemente fez uma viagem ao município do Acará.

O que meio-mundo - e quem sabe também o Ministério Público Eleitoral, né? - está observando com atenção é como avançará essa transição acelarada da Sra. Ribeiro Pinto do mundo de requintes e refinamentos (em que ela desponta com performance impressionante) para esse mundo pés no chão da política, que a forçará, inevitavelmente, a comer um pão dormido que lhe for oferecido como café da manhã nas vielas das periferias ou arrotar (eructar, diria dona Lena) os azedumes da coxinha de galinha requentada com que vier a ser brindada em suas andanças na caça aos votos.

Essa transição acelerada passaria despercebida, não fosse a Sra. Ribeiro Pinto quem ela é: uma das mais habituais, notáveis e notórias frequentadoras de colunas sociais e do high society de Belém, ambiente no qual ombreia-se com as damas de nossa melhor sociedade (hehehe), como diriam os coleguinhas colunistas de antigamente - mas nem tão antigamente assim.

De braços com Louis Vuitton - Em mais um indício de que está se revelando uma caprichosa iniciante na observância das etiquetas eleitorais, a aplicada pedagoga Lena Ribeiro Pinto tem demonstrado que, sim, pré-campanha é uma coisa, vida social é outra. Na pré-campanha, é tempo de engolir, a seco ou com guaraná, a coxinha de galinha azeda; fora da pré-campanha, eu quero mais é a minha Louis Vuitton.

Pois foi assim, ostentando uma vistosa bolsa Louis Vuitton, uma das marca mais caras do mundo fashion, que Lena foi vista dia desses num dos corredores da nossa augusta Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), órgão para o qual está cedida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O Espaço Aberto foi dar uma espiada no portal da transparência da Alepa e constatou: Lena Conceição Ribeiro Ferreira (o Pinto entrou depois, ou melhor, foi incorporado posteriormente, quando a pedagoga casou com o deputado) aparece como tendo recebido, no último mês de fevereiro, um salário de exatos R$ 5.664,61 (vejam na imagem acima).

Mas um salário como esse compra uma Louis Vuitton? Não. Não compra. Nem uma das alças. Mas fatos pregressos indicam, sobejamente, que a pré-candidata tucana Lena Ribeiro Pinto não está nem aí quando adota posturas que possam, por mais remotamente possível, levar um cidadão do rés-do-chão a fazer-se aquela pergunta - Mas como ela pode...? - quando depara-se com alguma ostentação que encandece nossos olhos, mas deixa nossos corações e mentes plenos e prenhes de dúvidas e confusões.

Casamento suntuoso - Ver Lena Ribeiro Pinto portando uma legítima Louis Vuitton, como viram servidores e demais circunstantes que estavam na Alepa quando ela também esteve lá, é uma ostentação menor, bem menor do que a ocorrida em 14 de novembro de 2013, data do casamento de Sammya Lourenço, filha da pedagoga, com Max Guilherme Nascimento Jr.

Naquela ocasião, o jornal Diário do Pará publicou uma extensa reportagem sobre essa casamento. A matéria (veja o título na imagem ao lado), que você conferir na íntegra neste link, começava assim:

Lotar uma recepção de casamento em véspera de feriado prolongado é para poucos. Agora oficialmente casados, os jovens Sammya Lourenço e Max Guilherme Nascimento Jr. conseguiram essa façanha na noite da última quinta-feira, 14, em badaladíssimo regabofe para 800 pessoas, realizado em um dos amplos galpões que compõem a Estação das Docas. É preciso dizer, no entanto, que os noivos - isto é, os pais da noiva, que é filha da funcionária pública Lena Ribeiro, casada com o ex-secretário de Educação e de Promoção Social do governo Jatene e deputado federal tucano, Nilson Pinto - se esforçaram bastante para isso e transformaram seu enlace em megafesta que pode ter custado cerca de R$ 600 mil (segundo cálculos de quem entende do ramo), com direito, inclusive, a área VIP para familiares e “mais chegados”.

Viram aí? A megafesta, pelas estimativas "de quem entende do ramo", segundo o jornal, pode ter custado R$ 600 mil àquela época, novembro de 2013. Considerem inflação e correção monetária no período e vejam quanto custaria hoje.

Diz outro trecho da reportagem:

Mais do que fazer os noivos felizes, o casal Lena-Nilson conseguiu a proeza de embasbacar até os mais céticos ao emplacar o segundo maior casamento da década, apenas dois anos depois de ele próprio protagonizar o primeiro, até hoje cantado em prosa e verso por socialites e penetras.

Viram aí? "O segundo maior casamento da década", conforme o Diário do Pará.

Isso era ostentação, para o Diário, para a família Barbalho, para socialites invejosas e penetras despeitados? Podia até ser.

Mas aqueles tempos - novembro de 2013 - eram tempos em que a família Barbalho opunha-se, de unhas e dentes, aos tucanos; e vice-versa.

E hoje?

Hoje, ora bolas, os tempos são outros.

Nestes tempos de hoje, Nilson Pinto é o presidente estadual do PSDB, partido do qual debandaram Jatene e todos os históricos.

Neste tempos de hoje, Nilson Pinto segue para onde levá-lo a coleira puxada pelo governador Helder Barbalho, com quem aparece em fotos no Instagram (vejam ao lado).

Nestes tempos atuais, o PSDB, de oposição empedernida ao barbalhismo, deixou inundar-se pela paz e pelo amor pelo ex-adversário. E mandou até oferecer um bolo para homenagear o governador em seu aniversário, no ano de 2019, primeiro ano do mandato de Helder. Comovente!

Nestes tempos atuais, transitar da Louis Vuitton para a coxinha de galinha azeda, transitar da ostentação para o ré-do-chão é algo tão natural quanto um tucano virar um barbalhista (mas aqui não tem vice-versa, diga-se a bem da justiça).

Neste tempos, enfim, "Agora é Lena!"

Só é!

Um comentário:

kenneth fleming disse...

Mas que língua viperina. Falar mal das coxinhas de galinha azeda !!!