sábado, 10 de agosto de 2019

Bolsonaro transformou-se num caso médico. A Constituição o deterá?



Bolsonaro, vamos e convenhamos, transformou-se num caso médico.
Literalmente, ele é um caso médico.
Literalmente, é um caso de interdição, como já o disse o jurista Miguel Reale Jr.
Suas declarações nas últimas semanas o confirmam.
Vilipendiar a memória de mortos pela ditadura.
Exaltar torturadores.
Disseminar mentiras sobre desaparecidos políticos, ao negar publicamente documentos oficiais produzidos pelas próprias Forças Armadas.
Desancar cientistas com reputação de excelência reconhecida internacionalmente (como os do Inpe, à frente o ex-diretor Ricardo Galvão).
Recomendar que se faça cocô um dia sim, outro não, para preservar o meio ambiente.
Reeditar medida provisória em completa afronta à Constituição.
Cortar o cabelo, em meio ao expediente, para não receber embaixador que no mesmo dia se encontrara com entidades ambientalistas.
Tudo isso é Bolsonaro.
Um caso médico, portanto.
Um caso de interdição, portanto.
Mas o grave, gravíssimo são duas coisas.
A primeira: constatar que essa instabilidade – emocional e mental – do presidente da República está crescendo. Após um barbaridade, vem uma outra. Sempre maior que a anteriores.
A segunda: constatar que, em outros momentos da História, em situações idênticas, disseminou-se a ilusão de que projetos de ditadores, com a aparência de loucos, poderiam ser contidos por instituições e mecanismos chancelados pela Constituição.
O mais conhecido foi reconhecido foi Hitler, como atesta essa imagem acima, recuperada e oportunamente mandada para o Espaço Aberto pelo advogado Ismael Moraes.
“A Constituição o deterá”, bradava, em letras impressas, o CV-Zeitung em fevereiro de 1933.
Não.
Infelizmente não.
A Constituição não o deteve.
E deu no que deu.

Um comentário:

Luiz Mário disse...

É mais que deprimente o que se vê. Sobretudo quando isso prova que ele é uma bomba no colo dos canalhas que tramaram para elegê-lo e o deixam enfiar m... goela abaixo do povo.