segunda-feira, 22 de julho de 2019

Jair Bolsonaro e seu insuperável estilo “botequim”


A dignidade.
A honradez.
A coragem.
A integridade moral.
O nojo à mentira.
Essas qualidades definem o diretor o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão, depois das críticas – indignas, desonrosas, covardes e alicerçadas em dados mentirosos – do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao ser confrontado com números, insofismáveis e comprováveis cientificamente, que mostram o aumento do desmatamento da Amazônia nos últimos meses.
O presidente afirmou suspeitar que o diretor do instituto esteja "a serviço de alguma Ong".
Mas ele, Bolsonaro, esqueceu-se de que não se dirigir a Joaquim Levy – um servidor público com altos serviços prestados ao país, mas que foi humilhado em público por ninguém menos que o presidente da República.
Não.
Galvão, ao contrário, mostrou-se altivo, contundente, cioso de sua honorabilidade e do órgão que dirige.
No último sábado, Galvão não apenas rebateu as críticas do Capitão como pontuou que os ataques de Bolsonaro não passam de uma piada de um garoto de 14 anos.
“Ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse falando em botequim, uma conversa de botequim”, disparou Galvão. E avisou: “Eu não vou me demitir”.
Veja, abaixo, a resposta na íntegra:

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“A minha primeira reação sobre essa entrevista coletiva do presidente Bolsonaro foi de uma surpresa enorme, grande indignação. Ele tem um comportamento como se estivesse falando em botequim, uma conversa de botequim. E isso me assustou muito, a maneira como ele fez. Ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoas. Até no final da entrevista eu mencionei que ele diz que nenhum dos ministros de Ciência e Tecnologia anteriores ao seu governo faziam uma diferenciação entre gravidez e lei da gravidade. Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer. Esses dados sobre desmatamento da Amazônia, feitos pelo Inpe, começaram já em meados da década de 70 e, a partir de 1988, nós temos a maior série histórica de dados de desmatamento de florestas tropicais, respeitada mundialmente. Mas eu não vou tomar isso pessoalmente, porque eu acho, honestamente, que isso faz parte de um esquema que já estava sendo formado para me queimar, da mesma forma, e eu vou repetir a palavra, sem nenhum receio, pusilânime, que ele fez com o Joaquim Levy, de fazer uma acusação em público esperando que a pessoa se demita. Eu não vou me demitir”, afirmou.

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