terça-feira, 15 de abril de 2014

Agredir juízes em local público é instalar a lei da selva


Olhem, meus caros.
Deem uma espiada nas imagens acima.
Estão correndo aí pelas redes sociais - esse fim de mundo virtual que condena e absolve - mais condenando do que absolvendo - as pessoas com a mesma velocidade do som.
Cliquem aqui para ouvir melhor.
Ouçam os gritos.
Ouçam os impropérios.
Os rugidos.
Ouçam as ofensas.
O estrépito - violento, incivilizado, despropositado, intolerante e intolerável - é de elementos que perseguem, literalmente, o ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, à saída de um bar na Asa Sul de Brasília, na semana passada.
Quem persegue o magistrado são petistas indignados com o posicionamento do ministro durante o julgamento do mensalão.
Olhem, meus caros.
Vocês que leem este blog são testemunhas.
São testemunhas que o Espaço Aberto sempre deplorou as exasperações de Joaquim Barbosa, seus arroubos preconceituosos, suas excelsas qualidades, menos a temperança, sua quase incontrolável tentação em projetar-se como a única vestal do mundo.
Mas respeite-se a condição de Barbosa como magistrado e conceda-se-lhe a liberdade de externar os seus julgamentos da forma e da manqueira que lhe ditarem a sua consciência e os elementos técnicos que se mostrarem convenientes para ele possa formular seus juízos - subjetivos e objetivos.
Respeite-se a função judicante de Barbosa, muito embora ele, muitas vezes, transmita a fortíssima impressão de que não tolera divergências e não suporta ver suas posições, suas crenças e seus princípios (morais, jurídicos, éticos, quaisquer que sejam) contrariados.
O certo é que nem Joaquim Barbosa, nem juiz nenhum, do mais anônimo magistrado até os integrantes da Excelsa Corte, podem ver-se constrangidos, acossados, acuados em locais públicos em decorrência dos posicionamentos que adotam no exercício estrito de suas funções judicantes.
No dia em que juízes não puderem mais sequer compartilhar a mesa de um local público porque poderão ser agredidos por circunstantes transtornados pelas paixões político-partidários ou de qualquer outra ordem, no dia em que tal acontecer, portanto, estaremos na iminência de ver instalar-se a lei da selva, aquela que tem como uma de suas máximas o cada um por si e exploda-se o resto.
Sem brincadeira, mas agressões como essa são assustadoras.
E execráveis.
E condenáveis.
E injustificáveis.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se tem bandido do governo que estende o braço defendendo o golpe que deram na Petrobras, que dirá asseclas como esse defendendo o seu patrão-mor.

Anônimo disse...

Uma tristeza. Levam sempre para o lado da política.
Pra esse pessoal comprar votos significa apenas o bolso mais cheio, pois do contrário não sairiam por ai defendendo mensaleiro.

Anônimo disse...

São uns aproveitadores, baderneiros que querem aparecer na mídia. Afinal, como bem dito, ao juiz cabe sua opinião com fundamento na Lei e não pode e nem deve constranger sua vida pessoal.