sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ophir Calvacante Jr. em saia-justa na posse de Peluso

O paraense Ophir Cavalcante Júnior protagonizou há pouco, na posse do ministro Cezar Peluso (na foto) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), uma saia-justa.
Aliás, justíssima.
Antes de Ophir, quem discursou foi o advogado Pedro Gordilho, “em nome da comunidade jurídica”, segundo consta do próprio site do STF.
Ophir, em seguida, antes de começar seu discurso, disse que atribuía a uma “falha do Cerimonial” do Supremo o fato de Gordilho ter-se pronunciado “em nome da comunidade jurídica”.
Afirmou Ophir que a delegação para falar em nome da comunidade jurídica era apenas dele, na condição de presidente nacional da OAB. E acrescentou que não transferia essa delegação a mais ninguém.
Quando chegou sua vez, Peluso, o último a discursar, mencionou todas as autoridades que falaram antes, inclusive Ophir.
Mas reforçou que saudava toda a comunidade jurídica ali presente na pessoa dele.
Dele quem?
De Pedro Gordilho.
Os aplausos para Peluso, nessa ocasião, foram calorosos.
Aliás, calorosíssimos.

9 comentários:

Ismael Moraes disse...

Muita estranha a "relação sentimental" (conforme o site do Consultor Jurídico) entre esse advogado Pedro Gordilho e o ministro. Simplesmente nunca antes na história do Supremo foi aberta a palavra a um outro advogado que não fosse o presidente da OAB.
Mas isso deveu-se à relação íntima entre ele e o magistrado. Ficou parecendo a mim que ele estava lá ainda mais presente que a dona Marisa Letícia, até porque ela não fala nas ocasiões em que sempre está ao lado do presidente Lula.
E para piorar o ministro insiste em colocar essa estreita relação sobre a representação da OAB.
Creio que tudo ficou muito feio, grosseiro, inexplicável e anti-republicano para o ministro, que só faz perpetuar o velho vício nacional de fazer prevalecer as relações privadas e pessoais sobre as públicas.
Pelo menos o ministro deveria dizer qual a "comunidade jurídica" que o seu amigo pesssoal representa.

Anônimo disse...

Ismael Morais tem razão: persiste entre nós o danoso costume de colocar as relações privadas acima das relações institucionais, uma verdadeira praga latino-americana (depois, nos queixamos que somos atrasados, ao passo que os norte-americanos são, por exemplo, ricos - por que será?).
Além disso, parece agora evidente que o Ophirzinho incomodou esse pessoal do STF com as críticas que fez ao Judiciário logo ao tomar posse. Ele não deve se intimidar e continuar criticando o que lhe parecer equivocado na atuação deficiente do Judiciário nacional. A OAB deve assumir posturas institucionais, de defesa da ordem jurídica, e não cair nessa de adotar uma postura de comadre pobre que se rende aos encantos da comadre mais poderosa. Está certo o presidente (paraense) da OAB nacional.

Anônimo disse...

A OAB PODE TUDO, O RESTO NADA. DESDE QUANDO COMUNIDADE JURÍDICA SE RESTRINGE A ADVOCACIA.AGORA, SE FOSSE DITO QUE O REFERIDO ADVOGADO ESTAVA REPRESENTANDO A OAB, AÍ TUDO BEM, EU CONCORDARIA DO COM A ATITUDE DO OPHIRZINHO

Anônimo disse...

SINCERAMENTE avalio que isso se deu por uma simples razão: os advogados brasileiros não escolhem diretamente o presidente da OAB nacional. Isso é muito ruim para assegurar uma legitimidade plena e robusta de quem ocupa a presidência. Já está mais que na hora de estabelecer regras mais democráticas a partir da próxima eleição,2012, estabelecendo regras nas quais se garanta eleição direta também para a diretoria executiva da OAB nacional. Na verdade é muito antidemocrático se manter o sistema vigente,justamente a OAB que gosta tanto de fazer discurso democrático. A instituição precisa se democratizar na cúpula pelo voto DIRETO DE TODOS OS ADVOGADOS BRASILEIROS. Esse negócio de escolha indireta da cúpula da OAB tem raízes antidemocráticas e antirepublicanas próprias do regime de exceção, da ditadura militar, um triste capítulo da história brasileira, que aqueles que ocupam a cúpula da OAB nacional insistem em manter. O advogado brasileiro quer escolher com seu voto e de modo direto a diretoria executiva da OAB nacional.

Anônimo disse...

A representação da advocacia não é para vaidosos ou aqueles que se acham deuses. A representação da advocacia deve ser outorgada aqueles que respeitam os advogados em qualquer tempo e lugar institucional. Ter essa capacidade e grandeza exige maturidade e propósito transparente. E, ao que me parece, não percebo na atitude, no mínimo incoerente, na conduta do ora presidente da oab, ophirziinho, na posse do ministro Cezar Peluzo. A conduta dele, na minha humilde opinião de advogado paraense, revelou interesse 100 por cento pessoal, ainda que tente passar o contrário.
Não é ele que deve reconhecer quem é ou não é o representante da advocacia, é a sociedade cujos serviços lhe é prestada. Isto também é Estado Democrático de Direito. E o Estado Democrático de Direito reconheceu no âmbito institucional que qualquer advogado representa a advocacia seja na sua labuta profissional, seja perante as istituições públicas. Entre o nosso e o meu há grande diferença...

Anônimo disse...

É certo que a comunidade jurídica não é feita só de advogados.

Mas qual instituição que esse Gordilho representa?

Se não representa nada como pôde falar em nome daquilo que não representa?

O presidente da OAB está corretíssimo, passou um pito no cerimonial e pronto.

Quem abre mão de prerrogativa sujeita-se a ter que abrir mão, no futuro, de outras coisas.

Mesmo eu não sendo advogado, mas da comunidade jurídica, parabenizo o d. Ophir.

Anônimo disse...

2012,VOTO DIRETO PARA ESCOLHER A DIRETORIA DA OAB NACIONAL
O anônimo da 08:09,12/04/2010, está coberto de razão, pois nós advogados necessitamos escolher de modo direto a Diretoria da OAB nacional para que realmente o exercício da representação da comunidade jurídica advocatícia seja e se porte com INDEPENDÊNCIA em relação as vaidades pessoais.
ESCOLHER DE MODO DIRETO A DIRETORIA DA OAB POR TODOS OS MAIS DE 500 MIL ADVOGADOS NO BRASIL É SINAL DE AVANÇO, DE INDEPENDÊNCIA E DE CONFIANÇA VERDADEIRA NO ESTADO DEMOCRÁTICO,ao passo que manter a escolha indireta da Diretoria Executiva da OAB nacional é flagrante retrocesso e medo da democaracia com D maiúsculo.

Anônimo disse...

Descordo de eleição da diretoria da OAB por votos diretos.
A razão é simples: Os advogados de cada Estado votarão no candidato de seu Estado.
Em razão disso, quando é que um advogado de Estados como Acre, Amapá, Roraima, e outros Estados com número de advogados que não chega a quinze mil serão eleitos presidentes da OAB.
No modelo vigente, a Ordem mantém a postura de eleger presidentes de diferentes Regiões, assim como a Fifa está fazendo com as copas nos diferentes continentes.

Anônimo disse...

Há um valor mais importante que a forma quanto a se sentir representado na Diretoria Nacional. Eu tenho certeza que me sentiria mais bem representado se pré conhecesse os pré-candidatos a presidencia (da diretoria) da OAB nacional também, suas propostas previamente, e desse modo pudesse com meu voto direto escolher aquele ou aqueles que melhores propostas apresentassem as necessidades e pleitos da advocacia nacional em conjunção com as necessidades de cada Seccional. É horrível, não poder escolher diretamente a diretoria da OAB nacional, prática que já ocorre nas bases. No final da primeira dezena de anos do novo milênio,para mim, é UMA VERGONHA como diria Bóris Casoy manter uma estrutura de voto indireto justamente para a cúpula da OAB. Meu desejo e de muitos colegas militantes é sentir que votando e escolhendo também diretamente os membros da OAB nacional me sinta verdadeiramente identificado com a diretoria nacional eleita.