quarta-feira, 28 de maio de 2008

Próximo ao Cosanostra, as madrugadas são inesquecíveis

Nas viradas de terças para quartas-feiras, as madrugadas são inesquecíveis, verdadeiramente inesquecíveis no Cosanostra, que fica na Benjamin, próximo à Braz de Aguiar.
As madrugadas são inesquecíveis não apenas para o bar-café, que bomba a não mais poder nesses dias e deve faturar os tubos. Também são inesquecíveis para os vizinhos, que a força das circunstâncias vez por outra chama às janelas dos edifícios próximos, para que vejam com os próprios olhos as curiosidades que se passam lá por baixo.
No início desta madrugada, há pouco, por volta de 0h30, desenrolou-se ali uma dessas cenas inesquecíveis.
Três freqüentados do Cosanostra - um deles de quatro 2 metros de altura e largura proporcional – saíram de lá em meio a uma discussão. Na calçada, a discussão engrossou. Eram dois contra um. Ao que tudo indica, a briga era por causa de mulher.
Como discussão à porta de bar não costuma ficar no nível das que ocorrem nos cursos do Instituto Rio Branco, os três contendores foram do verbo aos socos em questão de segundos. E sempre dois contra um, não se esqueça.
O quebra-pau, que começou à porta do Cosanostra, ganhou pernas e caminhou uns 20 metros adiante, até a esquina da Braz de Aguiar com a Benjamin, onde há um banco para o descanso dos motoristas de táxi que fazem ponto ali.
O brigão que estava em desvantagem contra os outros dois – um deles o cara de quase 2 metros e largura proporcional – desequilibrou-se com uma das pancadas e foi ao chão. Caído, levava chutes da cabeça aos pés. Aliás, apanhava mesmo mais na cabeça do que nos pés. Você se lembra das cenas do engenheiro da Eletrobrás apanhando em Altamira? Pois é. Era pior, bem pior.
Até que o brigão em franca desvantagem, e ainda caído, começou a gritar:
- Chama a polícia, p... Chama a polícia, p....
E não é que apareceu a polícia? Por mais incrível que possa parecer, a polícia apareceu. À zero hora e trinta minutos de uma quarta-feira, numa noita que até então era calma, ventilada e convidativa para o sono e para o sono, eis que apareceu a polícia na Avenida Braz de Aguiar.
- Pára com isso, p... Eu sou a polícia. Eu sou a polícia – dizia um cidadão que saiu, também ele, do Cosanostra com a arma em punho e se dirigindo aos dois brigões que batiam no que estava no chão.
Para não deixar dúvida de sua autoridade, o autoidentificado policial disparou dois tiros para o alto. Só assim é que os espancadores viram que a advertência policial poderia virar uma sanção embalada, caso continuassem a espancar o que estava caído.
- Pega o teu carro e vai embora pra tua casa, pega o teu carro e vai emobra – berrava o autoidenficado policial com o revólver abanando a cara do brigão de quase 2 metros. Você se lembra da Tuíra com um facão encostado na cara do então presidente da Eletronorte José Antônio Muniz Lopes, em 1989? Pois agora era bem mais arriscado: tratava-se de um revólver a um dedo da cara de um espancador à solta na Braz de Aguiar.
E foi assim que o brigão espancado conseguiu levantar-se do chão e rasgar do local, não sem antes desfiar os palavrões compatíveis com a situação e com as circunstâncias, é claro. E tudo voltou à maior normalidade. Pelo que se pôde ver, o autoidentificado policial inclusive voltou para o Cosanostra. Armado, mas aliviado por ter cumprido seu dever de puxar a arma, disparar dois tiros para o alto e apartar os brigões.
É assim. As madrugadas de terças para quartas-feiras no Cosanostra são inesquecíveis. Absolutamente inesquecíveis. Tanto para quem está no Cosanostra e para os vizinhos.
Aliás, os vizinhos do Cosanostra estão ansiosos para que a prefeitura comece logo as obras que, segundo se diz, vão tornar a Braz de Aguiar uma rua 24 horas.
Aí é que deve ficar mais animado. Aí é que as emoções vão aflorar. Com tiros, berros, pancadas, palavrões e barulho, como você sabe, é sempre mais emocionante.
Deploravelmente, arriscadamente emocionante.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tutti buona gente...rs
Vai ver, esses "personagens " são os mesmos que aparecerem serelepes e sorridentes nas páginas coloridas de domingo tipo "desfilando na night".
E pensar que o Cosa Nostra já foi um point "cult".
Agora é "brut", sumano.
Se fosse uma briga em festa de "aparelhagem" era por que era...
Preparemo-nos para o inferno que ainda vem por aí, com o "frevo 24 horas"! A Bráz vai virar o "Baixo-Terra Firme".

Anônimo disse...

gosto muito do cosanostra,mas não aguento mas a atração de terça,por favor mude essa atração,tem tantas outra bandas bacanas.

Anônimo disse...

preases!!!mude essa banda de terça quero voltar a frenquentar o cosa e essa banda é terrível.