Em nota, a PGR informa que "o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda não iniciou a análise do depoimento de Marcos Valério, pois aguardava o término do julgamento da AP 470 (mensalão). Esclarece ainda que somente após a análise poderá informar o que será feito com o material. Portanto, não há qualquer decisão em relação a uma possível investigação do caso".
Em dezembro, Gurgel afirmou que iria analisar o caso e, se houvesse indícios para investigar Lula, isso aconteceria na primeira instância da Procuradoria, porque, como ex-presidente, ele não detém mais foro privilegiado.
Entenda as novas denúncias de Valério
Em depoimento ao Ministério Público em 24 de setembro, a que o jornal "O Estado de S. Paulo" teve acesso, o empresário Marcos Valério, considerado o operador do mensalão, teria dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou dinheiro do esquema para "despesas pessoais". Os recursos teriam chegado a Lula por meio de depósito na conta da empresa de Freud Godoy, ex-assessor do petista.Segundo o depoimento de Valério reproduzido pelo jornal, Lula teria ainda dado "OK" para empréstimos de Valério junto a bancos para financiar o esquema do mensalão. A contrapartida pela ajuda de Valério teria sido o pagamento da defesa do publicitário no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, no valor de R$ 4 milhões. O PT nega ter pago os honorários, e o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, não se manifestou.
A estratégia do empresário, condenado a mais de 40 anos de prisão no julgamento do mensalão, é que a Procuradoria leve em conta a contribuição dele para revelar detalhes do esquema e tenha a sua pena atenuada, como aconteceu com o delator do esquema, Roberto Jefferson.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, declarou que lamenta "profundamente que o jornal tenha induzido ao erro seus leitores e outros órgãos da imprensa, já que não há hoje nenhuma decisão oficial sobre o assunto por parte da Procuradoria-Geral da República, de acordo com manifestação oficial do órgão desmentindo a matéria. Estranho tal equívoco na primeira página de um jornal tão tradicional como O Estado de S. Paulo, e prefiro acreditar que não existiu nenhum viés mal-intencionado no ocorrido."
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