segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um balanço da roubalheira no Dia Contra a Corrupção


O Dia Internacional Contra a Corrupção transcorreu ontem.
Escolhe-se a data de 9 de dezembro para marcar um dia que em países como o Brasil deveria ser todo dia, vocês sabem.

Apenas no Brasil, a estimativa é a de que, nos últimos dez anos, foram desviados dos cofres públicos brasileiros R$ 720 bilhões, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
De 15 mil contratos entre União, Estados, municípios e ONGs passados pelo crivo da Controladoria-Geral da União no mesmo período, havia indícios de malversações de recursos em cerca de 80% deles. Os desvios constatados nesses casos chegaram a R$ 7 bilhões.
Um espanto.
Um terror.
Um horror.
Verdadeiramente assolador - com o perdão da rima, que não é solução para nada.
Agora mesmo, cerca de quatro dias atrás, a ONG Transparência Internacional (TI) divulgou o ranking referente ao Índice de Percepção de Corrupção no mundo inteiro.
O Brasil ocupa o 69º lugar entre 176 países. O país subiu quatro posições em relação ao ranking do ano passado, quando ocupava a 73ª posição, e repetiu o desempenho de 2010.
Em uma escala que vai de zero (percepção de alta corrupção) a cem (percepção de alta integridade), o Brasil ficou com 43 pontos.
O índice é elaborado anualmente com base em sondagens e avaliações de diversas instituições a respeito de como a corrupção no setor público é percebida em cada país.
Ao divulgar os novos números, a ONG Transparente Internacional ressaltou que "há um reconhecimento público mais forte no mundo inteiro, incluindo as economias emergentes dos grupo Bric, como China e Brasil, dos custos da corrupção, além de uma crescente recusa em aceitá-la como fato inevitável".
O fato de aceitar-se a corrução como fato inevitável não significa que se desista de combater a corrupção, não é?
Porque o conformismo e aquele discurso de "que todos roubam mesmo" anestesia a sociedade e impregna as instituições de uma omissão generalizada contra a roubalheira desmedida.


Convém, por isso, que a sociedade se mantenha atenta para que o conformismo diante da corrupção seja banido e que os órgãos e as instâncias incumbidos de dificultar - pelo menos isso - que as malfeitorias se banalizem disponham de estrutura suficiente para monitorar a aplicação do dinheiro público.
Para marcar o Dia internacional Contra a Corrupção, instituições públicas federais, como a Controladoria-Geral da União e Polícia Federal vão apresentar hoje, a partir das 10h, em Belém, no auditório da Procuradoria da República no Pará, um balanço da atuação em 2012 no combate à corrupção no Pará.

Um comentário:

Anônimo disse...

Temos efetivamente perdido a capacidade de INDIGNAÇÃO; trocada por conformismo.
E isso é muito grave, principalmente nessa "nova era" cumpanhera.