O pessoal aqui da redação do Espaço Aberto está cada vez mais impressionado com a influência dessas chamadas redes sociais, uma coisa meio etérea, meio abstrata, mas plenamente, visivelmente tentaculosa e que vai se mostrando, convenhamos, terrivelmente perigosa.
Perigosíssima.
As tais redes sociais se transformaram num desses abismos de onde exalam, como diria Roberto Jefferson, os mais primitivos institutos de gentes - no plural mesmo - que experimentam um prazer sádico, perverso, destrutivo de, pura e simplesmente, causar.
Causar, traduzindo para o português de Portugal, é impor constrangimentos, prejuízos, tumultos, desinformação, confusão, atropelos, atrapalhamentos.
Causar, enfim, é um demonstração evidente de que muita gente usa o Twitter, Facebook e quejandos com o simples e único propósito de disseminar o que não presta.
O último exemplo foi o do Enem.
Correu o boato de que o Exame teria sido cancelado.
Não foi.
Antes, espalharam a boataria de que pesquisas eleitorais já haviam sido concluídas.
Não haviam sido concluídas.
Antes dessa, disseminaram-se - cruelmente, barbaramente, selvagemente - fofocas de que um político paraense havia morrido.
Quando o boato se espalhou, o cara estava tomando café com familiares. Numa boa, como se diz.
Redes sociais inspiram uma enorme sensação de poder a cidadãos anônimos.
Eles acham que, diante dos teclados de um computador, e sem régua e compasso, podem fazer revoluções.
Acham que podem revolucionar o mundo apenas com invencionices, desfraldando bandeiras em favor de causas à primeira vista edificantes, mas que no fundo servem apenas para a exibição dos dotes mais perniciosos que um ser humano pode exibir.
Essas boatarias que provêm das tais redes sociais - perigosíssimas, vale repetir - devem nos ensinar que não é com constrangimentos, prejuízos, tumultos, desinformação, confusão, atropelos e atrapalhamentos que vamos construir novas realidades.
Não é mesmo.
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