segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O PSM não muda. Quando muda, é para pior.

Com todo o respeito que merece a Federal Nacional dos Médicos (Fenam), mas tudo indica que sua avaliação sobre o Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, aquele do bairro do Umarizal, e os esforços da entidade para acabar com as atrocidades que transformam seres humanos em entulhos postos num arremedo de uma casa de saúde, mas nada disso, enfim, vai melhorar.
A menos que o sertão vire mar, e o mar vire sertão, a menos que mudem completamente as condições de temperatura e pressão que se petrificaram nestes últimos anos, a saúde pública municipal em Belém vai ficar na mesma.
Na semana passada, uma visita-surpresa, a Fenam deu um passadinha de surpresa pelo PSM do Umarizal. A visita-surpresa não revelou qualquer novidade. O que os médicos viram naquela ocasião não mudou muito quando houve uma inspeção judicial, que nada mais é que o deslocamento de um magistrado a determinado local, para ver com seus próprios olhos as condições presentes, a fim de que ele, o juiz, possa tomar alguma decisão.
Pois é.
Na semana passada, os médicos da Fenam viram coisas horrorosas, horríveis, tenebrosas.
Viram pacientes esperando por socorro nos corredores do PSM, sem lençóis.

Constataram a enorme demora em procedimentos que não podem esperar.
Verificaram que o nome, data de entrada e outras informações são colocados em pedaços de papel, pregados com fita adesiva na parede ao lado da “cama” - em verdade, macas - do pacientes, o que seria um indicativo do seu estado de “internação”.
Percorreram dependências sujas, com estrutura física deteriorada.
E chocaram-se ao deparar-se com parentes e familiares chocados diante da falta de assistência a pessoas que deveriam ser tratadas com um mínimo de dignidade.
Isso, portanto, foi na semana passada.
Em abril de 2009, o juiz federal Antônio Carlos Almeida foi pessoalmente ao PSM do Umarizal - o mesmo que foi objeto da visita-surpresa da Fenam - para verificar as condições do hospital.
O Espaço Aberto, numa postagem intitulada Os PSMs de Belém expressam a degradação humana, escreveu então.


Os PSMs de Belém expressam a degradação humana elevada à enésima potência.
Os PSMs de Belém, na situação em que se encontram, fazem com que uma gente tenha vergonha de ser gente, que um ser humano tenha vergonha da condição de ser humano.
Os PSMs de Belém, na situação em que se encontram, expressam a declaração, o atestado, a comprovação fática de que há uma inapetência absoluta para gerir recursos públicos e uma absoluta ausência de políticas de gestão compatíveis com um setor tão problemático, tão nevrálgico como esse da Saúde pública.
Quem constatar com os próprios olhos, nos PSMs de Belém, o que constataram dezenas de pessoas - jornalistas inclusive – que acompanharam a inspeção judicial da última terça-feira, e que foi decisiva para embasar a decisão judicial do juiz federal Antonio Carlos Campelo, jamais esquecerá de ter visto um ambiente que não é indicado nem para animais. Nem mesmo para animais, quanto mais para seres humanos.


Pronto.
De 2009 até agora, tudo continua como dantes nos PSMs de Belém, inclusive no do Umarizal.
Um motivo a mais para que o prefeito eleito Zenaldo Coutinho sejam empossado, no dia 1º de janeiro de 2013, dentro do Pronto-Socorro Municipal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sugestão para o prefeito eleito: empossar o Secretário de Saúde Municipal NO PSM DA 14, pra "estreiar" logo vendo o que lhe espera.
Com urgência!
E se alegarem "herança maldita", demitir na hora, ambos, prefeito e secretário.