segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Em campo, o Sobrenatural de Almeida. Ao Tucupi.

Nelson Rodrigues: O Sobrenatural de Almeida, ao tucupi, passou pela Parazão
Céus!
A rodada de ontem do Parazão foi de tirar o fôlego.
E não duvidem: o Sobrenatural de Almeida passou por lá.
Sobrenatural de Almeida?
É.
O Sobrenatural de Almeida.
Esse personagem foi uma das criações do maior cronista esportivo que o Brasil já teve. Igual a ele, apenas Armando Nogueira, um botafoguense.
O maior cronista esportivo - que também foi jornalista e dramaturgo - que o Brasil já teve e o criador do Sobrenatural de Almeida foi o velho Nelson Rodrigues, um tricolor.
Nelson, para quem não sabe, nos últimos anos de sua vida estava com a visão bastante comprometida.
Mas ia ao Maracanã assim mesmo.
Sentava-se nas cadeiras, assistia aos jogos do Flu e perguntava ao amigo ao lado o que se passava lá no gramado.
No dia seguinte, escrevia melhor do que ninguém.
Pois é.
Mas voltando ao Sobrenatural de Almeida.
Ele era o sinônimo do impoderável, do imprevisível, do inimaginável, do quase impossível que, mesmo sendo impossível, aconteceu.
E o Sobrenatural de Almeida ao tucupi fez com que o Paysandu entrasse em campo como se fosse, digamos assim, uma espécie de Barcelona da Zona do Equador.
O Barcelona da Zona do Equador entrou em campo encarando o São Raimundo, o Pantera santareno, como se fosse o Íbis (pior time do mundo) da região oeste do Pará.
Resultado: peia.
O Íbis bateu o Barcelona do Equador.
E aí?
E aí que o Remo, mesmo levando peia do Leão Azul de Santarém - a terceira peia consecutiva -, está classificado para as semifinais.
E o Paysandu, travestido momentaneamente de Barcelona do Equador?
Fora.
Foríssima das semifinais.
Caros, futebol não se ganha de véspera.
Não mesmo.
Que o diga o Remo.
Contra o Paysandu, no domingo retrasado, ele, o Remo, é que entrou em campo como se fosse o Barcelona do Equador.
Levou peia.
Caros - repita-se -, futebol não se ganha de véspera.
E quem diria que o Paysandu, em ascensão, ficaria de fora das semifinais?
E quem diz que o Remo, em declínio, ficaria dentro das semifinais?
Ninguém diria.
Mas o Sobrenatural de Almeida ao tucupi passou ontem pela rodada do Parazão.
E deu no que deu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo texto. Realemnte o imponderável acontece. O que esperar dos times das maiores torcidas do estado. Ambos perderem dos times de Santarém, que não ficaram para as semifinais. Uma derrota dolorosa de ambos e vitória dos rivais de Santarém para cima dos dois rivais da capital. Isso é imponderável. Mas felizmente o futebol é isso: uma caixa de surpresas.