De Anônimo, sobre a sua postagem Para evitar um novo Eldorado...:
Vocês já assistiram à campanha publicitária do governo do Estado na televisão sobre a desocupação de terra por ordem judicial?
O policial pede por favor aos invasores e diz mais ou menos assim: eu gostaria de saber de vocês como nós podemos efetuar a desocupação da melhor forma possível. O policial praticamente se humilha para os criminosos (porque, segundo a lei, quem invade propriedade alheia é criminoso), e os invasores com cara de mau, impondo respeito, olham de cima para baixo para o policial, como alguém que pensa "nós podemos"; e "coitado do policial... vamos sair senão ele chora".
O que é isso, governadora?
A senhora está envergonhando nossa terra, baixando a cabeça para um bando de fora da lei.
A verdade é que até agora o governo só desocupou as terras que os invasores autorizaram.
Pois é isto, só desocupa com a anuência dos invasores. A polícia deve agir com rigor, contra qualquer criminoso, seja ladrão, assassino ou invasor de terras.
O próprio delegado geral diz em sua nota oficial que quem bloqueia rodovia com facas e porretes não está bem intencionado; portanto, as consequências das ações devem ser divididas igualmente entre policiais e invasores.
Ninguém gostaria de ver se repetir o massacre de Eldorado, mas o governo não pode ser covarde e omisso por causa disso.
Deve agir com rigor, pois este é o risco de ser governo e ter responsabilidade.
Se não der conta de entrar em campo, é melhor ficar assistindo ao jogo da arquibancada.
4 comentários:
Que comentário mais reacionário. Quer dizer que quem luta por um pedaço de terra, quem luta por reforma agrária (doa a quem doer) tem que ser tratado como bandido.Com pensamento como este está difícil encontrar o caminho da paz.
O Anônimo tem razão: o mandado de reintegração de posse visa restituir ao proprietário a posse do seu imóvel do qual foi esbulhado injustamente (entenda-se aqui esbulho como tomada violenta do imóvel sem motivo justo ou amparado em lei).
A força policial deve cumprir a ordem que visa corrigir um ato apontado pela Justiça Estadual como ilegal e, portanto, injusto.
Em tal circunstância, o agente do Estado - representado na figura do policial-militar -, embora deva respeitar a vida e a dignidade humanas dos invasores, nem por isso deve se humilhar e pedir, suplicante, que a ordem seja cumprida.
A que ponto chegamos!!!
O anônimo que cobra mais rigor e pulso do governo, poderia também cobrar o mesmo rigor e pulso do governo junto a Imerys, contumaz poluidora dos rios de Barcarena, da Vale velha frequentadora dos tribunais trabalhistas e que também costuma se apossar indiscriminadamente das terras do Estado. Poderia também cobrar mais pulso do Governo pra que obrigue que as empresas que ocupam irregularmente a orla da cidade, sejam retiradas. Poderia aproveitar a sua indignação e cobrar dos demais poderes públicos, como a Assembléia legislativa maior transparência na contratação dos funcionários da casa.
Tem um monte de outras coisas mais em que o Estado Também poderia ter mais pulso.
Mas o anônimo prefere cobrar pulso do Estado quando este se vê diante dos excluídos do banquete. Aí o Anônimo os chama de criminosos, vê no olhar dos mesmos um olhar de desafio arrogante, quando com certeza gostaria de ver um olhar submisso de quem se avilta diante das injustiças.
É bom cobrar mesmo, mas é bom cobrar ações que mudem a realidade desta terra para melhor e não que as mantenham como sempre estiveram nesses 393 anos de história
Cláudio Teixeira
É estranho ler comentários como esse e ver como funciona a mente humana. Pobres ocupando terras merecem cadeia, bala, a mão pesada do estado. Ricos ocupando imensas áreas de terra, ilegalmente, merecem ser chamados "empreendedores", "setor produtivo", escambáu. E nenhum dos comentaristas tem a menor dúvida de chamá-los "legítimos proprietários". Os miseráveis são sem nenhum pudor por parte dos comentaristas chamados bando de bandidos, os usurpadores de terras públicas muito ricos são sem nenhum pudor chamados pelos comentaristas de "cidadãos respeitáveis". Contra o quê se revoltam os dignos comentaristas? Como explicam essa ambígua noção de direito?
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