segunda-feira, 10 de junho de 2019

Moro e o MP com a bomba atômica nas mãos. Os outros, com estilingue.


Convenhamos: o vazamento, em reportagens do The Intercept Brasil, das conversas entre Sergio Moro, quando ainda era juiz, e procuradores que atuam na Lava Jato, são realmente devastadoras.
São devastadoras sobretudo para o hoje ministro de Bolsonaro e para os que sempre sustentaram a tese de que o Ministério Público - pelo menos no caso do triplex do Guarujá, que resultou na condenação e posterior prisão de Lula - tinha carradas e toneladas de convicção, mas pouca ou nenhuma prova.
Moro, com inocultáveis (ainda que pretenda ocultá-las) pretensões de chegar ao Supremo, expõe-se agora à sanha dos que sempre o consideraram um homem da trama, entendida a trama como a, digamos assim, urdidura legal destinada a condenar Lula de qualquer maneira e, mais do que condená-lo, impedi-lo (como ele acabou sendo impedido) de disputar as eleições do ano passado, alargando as chances de vitória do Capitão.
A força-tarefa da Lava Jato (personificado pelo procurador Deltran Dallagnol), de seu lado, sofre o abalo de atrair para si, aí sim, convicções extremas de que agiu e tem agido muitas vezes de forma político-partidária em várias situações, como na do triplex, em que, à falta de provas convincentes, verazes e incontestáveis, aferrou-se a suposições e a teses que só foram acolhidas em juízo porque Moro agia, como se diz, não propriamente como magistrado, mas como justiceiro.
Como disse um membro aposentado do MP ao Espaço Aberto: “Nem tanto ao mar nem tanto à terra. É possível que, no início (do processo do triplex), houvesse  apenas suspeitas. Mas, depois, as provas se mostraram fartas. Eu sempre achei que nos casos da Lava Jato o garantismo inviabilizaria qualquer investigação. Não se entra numa guerra atômica armado apenas de estilingue.”
Pode ser.
Mas, nesses casos que vêm sendo relatados, Moro e MP é que estavam com a bomba atômica nas mãos.
As partes contrárias estavam com estilingue.

6 comentários:

Anônimo disse...

A sentença foi mantida por três desembargadores do TRF4, além de cinco ministros do STJ e um do STF.

Quer mais?

Agora uma coisa é possível. Que o STF se deleite anulando a Lava-Jato! Sabe por que? Estaria a ajudar os milhares de corruptos que roubaram a Nação e lá tem foro por prerrogativa de função. E tudo em nome da Constituição que os próprios criminosos são souberam respeitar.

Anônimo disse...

A esquerdopatia fulgurante e que deu ensejo ao caso está efusiva para um terceiro turno das eleições.

Anônimo disse...

Só bandidos, esquerdistas, ladrões, a imprensa que vivia a custa do governo e ptistas que não gostam de um governo sério. Moro é um expoente deste Governo do Capitão Bolsonaro e orgulho para todo brasileiro. Lula era endeusado por todos por dar dinheiro a todos, roubou o Brasil e brasileiros e apesar deste STF ele continua preso.

Anônimo disse...

Faz-me rir...

Luiz Mário disse...

Se vivo fosse, certamente Jarbas Gonçalves Passarinho estaria mais que feliz, sabendo que seu humanismo, contido no célebre princípio de mandar “Às favas, todos os escrúpulos de consciência”, deu o fruto tão almejado pelo mestre com os atos do agora sinistro da injustiça.

Anônimo disse...

Para roubar, não pensam nas leis e na Constituição.
Quando apanhados, querem as leis e a Constituição.
De qualquer forma, o problema seria se o juiz ficasse batendo papo com advogado... mas ai seria para libertar o ré, né, e ai não teria problema, afinal o criminoso é um "perseguido social".