segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Um conselho a Luciano Huck


Vamos falar de Luciano Huck?
Vamos falar desse cara bacana, puro, politicamente correto, que amacia o espírito de milhões de pessoas quando mostra ao vivo e em cores, em seu programa semanal de TV, que este mundo e este país ainda podem ter jeito.
Vamos falar de Huck, no momento cogitando a possibilidade de se candidatar a presidente da República, muito embora estejam dito por aí que ele já desistiu de ingressar nessa aventura.
Alguém tem, urgentemente, que encostar no Huck e dizer-lhe mais ou menos assim, sem prolegômenos, sem lero-lero.

Huck, meu caro Huck. Você sabe, o Brasil é um caldeirão. Mas é um caldeirão brabo, brabíssimo, desafiador, complicado, complexo.
O Brasil, Huck, não é como o seu caldeirão - edulcorado, reino do politicamento correto, espaço restrito em que você seleciona uma família, apenas e tão somente uma, pra fazer feliz. E isso deixa a impressão aliviar a miséria e as privações que sufocam milhões de pessoas, pode ser feito à base de voluntarismos e de boas intenções. Ao vivo e em cores.
O Brasil, Huck, é para os fortes. Aliás, é para os muito fortes. É para Hulks, enfim. E não para Hucks.
Huck, é melhor você ficar no seu lugar. Ganhando os seus milhões tranquilamente, divertindo a gente, acrescentando belos e edificantes exemplos de altruísmo às nossas vidas e tentando nos convencer de que o politicamente corrento não é hipocrisia - das grandes e das mais repulsivas.
Huck, você, na política, vai se desvirginar moralmente, rapaz. Você vai se despurificar. Será violado violentamente (desculpa aí a redundância) no seu bom-mocismo incomparável.
Na hora em que você, uma vez presidente, fosse negociar a aprovação de uma matéria no Congresso, na hora em que você fosse encarar um desses gigantes da ética que povoam o cenário político brasileiro, na hora em que você se deparasse com essas situações, Huck, você certamente preferiria arder num caldeirão (literalmente) a conspurcar-se com brincadeirinhas nada edificantes, bem diferentes daquelas que você leva para o seu caldeirão e faz seu público de 30,5 milhões de telespectadores lagrimas (muitos até choram copiosamente).
Huck, meu caro, não te mete nessa parada.
Não te mete.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito pertinente; nessa "selva cheias de cobras, raposas, ratos e bichos peçonhentos , correria grande risco de ser " descontruido" (tem uma thurma especialista nisso...) em 24 horas, passando a ser coxinha venenosa.
Nojo.
Bleargh!