terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Almir Gabriel morre aos 80 anos

Almir Gabriel em visita à Alça Viária, construída em seu segundo governo (foto de Antônio Silva/Agência Pará)

Da Agência Pará
O governador do Estado, Simão Jatene, lamentou a morte do ex-governador Almir Gabriel e pediu um minuto de silêncio, durante a aula magna que ministra, neste momento, na Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Belém. Almir faleceu na manhã desta terça-feira, 19, aos 80 anos, em um hospital particular de Belém, onde estava internado desde o início de fevereiro. Há alguns anos o político vinha lutando contra um edema e um enfisema pulmonar, agravados, ao longo do tempo, pelo tabagismo. O velório acontecerá no Palácio Lauro Sodré, no bairro da Cidade Velha, a partir das 14 horas. O enterro será na quarta-feira, 20, em Castanhal, cidade natal do ex-governador. O cortejo deverá sair de Belém às 9 horas.
Ao iniciar sua aula no auditório da Uepa, Simão Jatene citou o escritor Ernest Hemingway ao comentar o falecimento do ex-governador Almir Gabriel. “Nenhum homem é uma ilha isolada. Somos parte de um continente. A morte de cada ser humano me enfraquece, porque sou parte da humanidade”, afirmou. “Confesso que pensei seriamente em não ministrar esta aula, mas tenho certeza, pelo o que conhecia do Gabriel, que ele preferia que eu continuasse”, acrescentou.
Formado em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com especialização em Cardiologia, Almir Gabriel exerceu dois mandatos consecutivos como chefe do Executivo Estadual, depois de vencer duas disputas em segundo turno, derrotando Jarbas Passarinho e Jader Barbalho. Governou o Pará entre os anos de 1995 e 2002, sendo sucedido pelo atual governador Simão Jatene, à época em seu primeiro mandato. Em 2006, Almir concorreu novamente ao governo do Estado, sendo derrotado por Ana Júlia Carepa (PT).
Os oitos anos à frente da administração do Estado foi marcado por obras de infraestrutura e pelo início da revitalização turística da capital paraense. Entre elas está o projeto que levou energia firme de Tucuruí para o oeste paraense, batizado como Tramoeste; a Alça Viária, complexo de pontes e estradas que interliga a Região Metropolitana ao interior do Pará; a macrodrenagem da Bacia do Una, a construção do Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), do Aeroporto Internacional, do Complexo Feliz Lusitânia, e da Estação das Docas, em Belém; o porto de Vila do Conde, em Barcarena; e a recuperação de grande parte da malha viária do Estado.
Almir Gabriel também foi um dos fundadores, no final da década de 80, ao lado do ex-presidente Fernando henrique Cardoso e de outros políticos do país, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do qual se desfiliou em 2009. Ainda esteve à frente da Prefeitura de Belém entre os anos de 1983 e 1986, e foi um dos representantes do Pará no Senado Federal, além de dirigir o Hospital Barros Barreto, em Belém, e a Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária do Ministério da Saúde. Concorreu em 1989, como vice à presidência da República, na chapa encabeçada por Mário Covas.

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