terça-feira, 22 de novembro de 2011

O futebol paraense é que vem sendo depredado. Há tempos.


Então, é assim.
Depois da derrota para o América-RN em Goianinha, no último domingo, por 2 a 1, o Paysandu ingressa no sexto ano consecutivo na Série C.
Inconformados, alguns torcedores passaram na noite do mesmo domingo em frente à sede do clube e a apedrejaram.
Uma vidraça da fachada ficou trincada.
Vejam aí nas fotos acima, pinçadas do Portal ORM, a vidraça trincada e a pedra usada pelos, digamos assim, torcedores.
Coleguinhas reprovam o que chamam de depredação do patrimônio bicolor.
Vá lá que seja de depredação.
É reprovável?
Claro que é.
Depredar o patrimônio de um clube porque não subiu de série é uma violência.
É um despropósito.
Uma inconsequência.
Um crime.
Por crime, merece punição.
Mas vejam só: há depredação e depredação.
Na sede do Paysandu, uma vidraça sofreu um trincamento causado por uma pedrada.
Mas o futebol paraense é que vem sendo, em verdade, depredado há muito tempo.
Continuadamente.
Continuamente.
Seguidamente.
Quem depreda o futebol paraense continuadamente, continuamente, seguidamente?
Seus dirigentes.
A depredação está aí: o Remo sem divisão e o Paysandu ingressando pelo sexto ano consecutivo na terceira.
Os predadores já tiveram seis anos, sete anos, dez anos para aprender alguma coisa.
Já tiveram todo esse tempo para, como diríamos, se reciclarem.
E o que fazem?
Nada.
Absolutamente.
Apenas apuram a capacidade de depredar o futebol paraense.
Vejam o caso do próprio Paysandu.
Seu presidente, Luiz Omar Pinheiro, talvez o mais boquirroto - e muitas vezes inconsequente - cartola que já pintou por estas bandas, disse claramente há poucas semanas, quando demitiu o técnico Edson Gaúcho por pressão dos atletas, que técnico não ganha jogo.
Claro, não ganha mesmo.
Pensavam todos, diante dessa sentença tão abalizada, que o presidente, ele mesmo, assumiria a direção técnica do clube, o que não faria a menor diferença, até porque, claro, treinador não ganha jogo.
Mas o que fez o cidadão?
Contratou Andrade, que já treinou o Flamengo.
Fez um pacote que vai sugar R$ 80 mil dos cofres de um clube que há meses - meses, repita-se - deve os jogadores.
Como é que se pode conceber uma coisa dessas?
Esse tipo de depredação financeira não seria pior, muitíssimo pior, do que o trincamento de uma vidraça atingida por uma pedrada, muito embora esse ato, repita-se, seja reprovável e criminoso?
E tem mais.
O jornalista Carlos Ferreira, em sua coluna em O LIBERAL, na última segunda-feira, mostra que a depredação nas finanças bicolores é maior do que imaginam a vã filosofia e a justa indignação dos indignados com a depredação na vidraça.
O Paysandu, segundo Ferreira, tinha prazo até o feriado de 15 de novembro último, para responder a uma proposta do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região: ou o clube aceitaria pagar R$ 50 mil mensais ao Fundo de Conciliação ou voltaria a conviver com bloqueios de receita.
Não houve resposta ao Tribunal, que então penhorou todos os patrocínios do Paysandu: R$ 200 mil/mês do Banpará, Yamada, Claro e Cerpa, mais os R$ 690 mil/ano da Funtelpa.
A dívida trabalhista do Paysandu, somente dos processos em execução, está em R$ 4,2 milhões, conforme dados oficiais do TRT, informa Ferreira.
E então?
Há depredação e depredação.
Entre a depredação que trinca uma vidraça e a depredação das finanças do Paysandu, qual é a pior?
Entre a depredação que trinca uma vidraça e a depredação que destroça o futebol paraense, que é a pior?
Digam aí.

4 comentários:

Anônimo disse...

Há algum tempo, fizemos um comentário sobre o futebol paraense e, especificamente, Remo e Paysandu.
E cabe muito bem repeti-lo:

Torcidas e Clubes de 1ª divisão;
Times de 3ª e,
Dirigentes sem qualificação.
Simples assim.

Anônimo disse...

Meu caro poster, realmente a educação no Brasil é um caso sério. Aluno repetir 5 anos a mesma série é o cúmulo. Em outras épocas esse aluno já tinha tomado jeito! Mas os tempos são outros.

Anônimo disse...

É verdade que o Papão participou do Domingo Legal do Gugu: "De volta prá minha Terra"?

Anônimo disse...

Que tal os nossos clubes contratarem "CONTRATADORES DE JOGADORES" e seria possivel não vir tantas pernas de pau para Remo e Paysandu.