segunda-feira, 13 de junho de 2016
Iwo Jima, famosa pela foto
Sem dúvidas, a Segunda Guerra Mundial, além do recorde de maior guerra da história, as maiores batalhas em terra, mar e ar aconteceram nela. Os maiores crimes e horrores são outro recorde triste, como o Holocausto dos judeus na Europa e centenas de execuções de prisioneiros e civis em todas as frentes de batalhas e atrás delas, principalmente. Estima-se que entre que entre 35 e 50 milhões de civis foram vítimas de fuzilamentos sumários, câmara de gás, bombardeios que arrasaram cidades inteiras, fome e doença. E quando se fala em "maior" batalha não significa o número de tropas envolvidas ou danos causados, mas o quanto a vitória foi importante em termos estratégicos: a batalha de Iwo Jima.
Para à época, nunca se produziu tantas armas das nações que se autodenominavam "Aliados" e visava deter a ambição de três ditaduras que desejavam conquistar o mundo para si e moldá-lo conforme seus ideais: Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália e os Comandantes Militares no Japão. A cooperação entre esses três ficou conhecida como "Eixo". Se os Aliados não tivessem enfrentado com todas suas forças o que o primeiro ministro Winston Churchill chamou de "a hora mais negra", a história e o mundo seriam completamente diferentes hoje. Principalmente, porque o nazismo se apresentava como uma ideologia política secular, mas o movimento tinha uma verdadeira liturgia: símbolos, cantos, peregrinações, culto de relíquias, luta contra o Mal... E a fé cega em um líder providencial.
Os comandantes das forças armadas japonesas sabiam que a guerra estava perdida desde a Batalha no Mar das Filipinas. Sabiam, mas não se rendiam, eles simplesmente não conseguiam aceitar a derrota - uma das coisas mais desonrosas que lhes podia acontecer. Por isso, que, mesmo sem ter chance alguma, preferiam morrer lutando a se entregar. Com suas principais bases no Pacífico tomadas ou cercadas, sabia-se que o próximo alvo era a ilha de Iwo Jima. Era estrategicamente importante. Com seus dois aeroportos, dali os bombardeiros americanos poderiam atacar o Japão escoltados por caças.
O Tenente-general Tadamichi Kuribayashi, que comandava uma guarnição de 22.000 soldados, era um homem realista e sabia o que lhe esperava. Ordenou a preparação de tantos abrigos, casamatas e trincheiras quanto fosse possível. Foram cavados túneis no Monte Suribachi, onde muitos canhões foram instalados na força braçal. Milhares de homens poderiam ficar acomodados dentro da montanha, por mais desesperada que a situação fosse, todos deveriam morrer defendendo suas posições, matando o maior número de americanos possível. Ele pretendia causar muitas perdas ao inimigo até fazê-lo desanimar de conquistar a ilha.
O desembarque da frota americana foi com 70.000 fuzileiros. Como sempre, foi feito um bombardeio naval e aéreo. Cerca de 30.000 fuzileiros das divisões 3,4 e 5 desembarcaram em Iwo Jima, sem receberem um único tiro. Onde estavam os japoneses? Assim que penetraram 500 metros ilha adentro, foram alvo de um tremendo bombardeio. Kuribayashi ordenou que atirassem nos americanos que estavam no interior da ilha, o que impedia que usassem de novo apoio naval. Suribachi foi combatido metro a metro, com atiradores de lança-chamas e granadas que limpavam os bunkers nipônicos, que foram confrontados por uma obstinada resistência.
A 23 de fevereiro de 1945, o cume foi alcançado e o fotógrafo Joe Rosenthal tirou a famosa foto "Raising the Flag on Iwo Jima" - "Hasteando a bandeira em Iwo Jima" - é a foto mais famosa de toda a Segunda Guerra Mundial. É importante que se diga que a primeira bandeira dos EUA no topo do Monte Suribachi, foi depois trocada por aquela que gerou a foto histórica. A ilha foi declarada segura em 26 de março de 1945. Depois do massacre de Iwo Jima, da destruição de todos os seus navios e de suas principais cidades arrasadas, o Japão não se rendia. Eles não sabiam se render, era uma barreira psicológica intransponível. Por isso, os americanos decidiram invadir Okinawa, que foi atacada em 1º de abril de 1945 pelo 10º Exército americano.
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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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