Da jornalista Rita Soares, a comandante em chefe (agora sem hífen, vocês sabem) do Blog da Repórter, uma das referências da blogosfera no Pará, sobre a postagem Vai aí um salto carpado acompanhado de javali, secretário?:
Vou começar concordando sobre a oportunidade de tratar dessas questões no momento em que as redes sociais se tornaram quase onipresentes.
Depois, são necessários dois esclarecimentos: não tenho relação de amizade com o secretário de Comunicação e nenhuma razão de ordem pessoal para defendê-lo; segundo eu estava entre as pessoas que o defendeu no Twitter. Disse expressamente que exigir sisudez de quem tem cargo público é “tão anos 60”. Óbvio que a referência aos anos 60 se fez por serem os anos de chumbo da ditadura.
Feitas as considerações, vamos à minha opinião.
Baseada nas muitas entrevistas com o governador Simão Jatene no período pré-anúncio do secretariado, posso garantir, sem medo de errar, que a digamos intimidade de Ney Messias com as redes sociais foi fato mais que determinante para a escolha. Como a maioria de nós, Jatene parece bem empolgado com essa nova comunicação.
Dito isto, quero dizer que defendo e aplaudo essa proximidade das autoridades com o público, propiciada pelo uso intenso das redes sociais. Não acho que um secretário deva ser sisudo e nem acho que tenhas dito isso no seu texto anterior. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Segundo o novíssimo Dicionário da Academia Brasileira de Letras, sisudo é aquele que é grave, sério, mal humorado, carrancudo. Convenhamos não são bons adjetivos para um homem que deve servir ao público. Isso não exclui, contudo, a necessidade de responsabilidade com as informações e ai, meu caro, creio que essa é uma preocupação que todos devemos ter, embora o Twitter permita mais descontração e um clima mais pessoal.
Espero que o secretário de Comunicação continue a fazer uso intensivo do Twitter, que não se torne sisudo, mas também rogo sinceramente para que saiba os limites que o cargo impõe.
4 comentários:
Sou admirador da repórter, mas não vejo, na expressão "tão anos 60", referência óbvia aos anos de chumbo da ditadura. Os 70 parece que foram mais pesados: torturas, guerrilhas, exílios... Os 60 lembram mais brilhantina, ieieiê, cabelo na testa...
Interessante, quando a Ana Júlia aparecia em fotos dançando carimbó, a mídia não pedoava, exigia a liturgia do cargo. Quando um "jornalista" é escolhido pelo governador para ocupar uma secretaria super visível, só por ter muitos seguidores no twitter, começo a ficar decepcionado.
Sou super/ultra bem humorado, mas não misturo as coisas, certo?
Concordo com o comenarista das 11:15.
Mas, seguramente - embora JATENE seja empolgado com a informação, com TI - não foi o fator determinante para a nomeação do secretário, seu eventual domínio de Facebook, Twitter, MSN Flick etc. Foram as circunstâncias, na falta de gente melhor para o cargo.
Afinal, de que vale conhecer essas ferramentas sem ter conteúdo; sem saber escrever o suficiente para dar conta desta ou daquela tarefa da Comunicação?
Cabe, aqui, uma pergunta: O QUE faz o secretário de comunicação se passa o tempo todo "tuitando" (o verbo que ele mais gosta)?
Embora sejam as tecnologias de comunicação on line um tema cadente na área, é desejável que um secretário de Comunicação escreva mais do que 140 toques. Sem isso, passa a ser uma diversão, já que essas ferramentas juntam o útil - mas nem sempre o agradável em termos de conteúdo) ao efêmero.
E na levada dos 140 toques, o português bom e velho de guerra vai para o espaço, nhum péssimo exercício de difusão da língua pátria pelas travessas, com uma qualidade de fazer dó - é o que se lê nessas "tuitadas".
Aliás, bem que podemos criar um qualificativo, já, para esses textos ordinários das redes sociais, chamando-os de "tuitada". Ainda verei no dicionário, cara Rita, caro Bloueiro, o verbete:
"TUITADA: texto de no máximo 140 toques usados em mensagens de redes sociais onde a gramática é desprezada".
Aí o Ney Messias iria à glória.
Uma coisa pode se constatar: ferramenta do presente ou do futuro próximo, ficar tuitando (neologismo resultante do aportuguesamento de uma palavra já socialmente consagrada) implica ter tempo disponível para isso. Logo, secretário, trabalhe mais e, por favor, prime pela qualidade com o uso da "ultima flor do Lácio".
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